CORONAVÍRUS

Entidades patronais elogiam recomendação para adotar home office

Na manhã desta segunda-feira, o governo de Goiás recomendou, por meio de nota técnica da…

Na manhã desta segunda-feira, o governo de Goiás recomendou, por meio de nota técnica da Secretaria de Estado de Saúde (SES), que funcionários lotados em áreas administrativas trabalhem em regime de home office para evitar aglomeração de pessoas e propagação do coronavírus. A reportagem ouviu entidades patronais a respeito do documento e elas sinalizaram que pretendem acatar a recomendação.

O presidente do sistema OCB/SESCOOP-GO, Luís Alberto Pereira, diz que a cooperativa dividiu os seus 50 funcionários em dois turnos de trabalhos. Agora, no local, uma parte trabalhará das 8h às 13 horas e a outra das 13h às 17 horas. “Nós passamos por um momento em que as pessoas precisam evitar aglomerações. É uma medida possível em alguns casos e necessária em outros”, ressalta.

Pereira explica que, no quadro de colaboradores, há uma senhora acima dos 60 anos que sofre com indício de problemas pulmonares. Por fazer parte do grupo de risco, ela foi dispensada do trabalho por tempo indeterminado. O objetivo é que a saúde da colaboradora não seja colocada em risco. Em todo esse tempo, ela terá as horas de trabalho abonadas.

Um outro colaborador, que é casado com uma servidora da Saúde, também foi enquadrado no home office. A chefia partiu da premissa de que a mulher tem contato com muitas pessoas que se encontram com suspeita de COVID-19. Pereira ressalta que outras áreas da empresa estão sendo avaliadas para que os colaboradores sejam enquadrados no regime de trabalho remoto, como a exemplo dos departamentos de comunicação e contabilidade.

“Alguns setores podem passar por essa divisão. 50% do nosso pessoal podem trabalhar em home office. Mas é preciso uma preparação. Ter uma ligação entre a empresa e a casa do colaborador. Nós vamos começar essa preparação ainda nesta terça-feira (17)”, pontua.

Pereira conta que o valor do investimento é “desprezível” levando em consideração a situação de pandemia que assola o mundo. Além disso, ele aponta que essa medida pode servir como uma forma de laboratório para um possível aprimoramento da ação na rotina dos trabalhadores.

“Está tendo uma colaboração muito grande entre os nossos associados, mas não queremos que essa doença se prolifere e ocupe em massa a nossa capacidade hospitalar. Não somente pelo coronavírus, mas por outras doenças. Queremos diminuir a curva desses casos”, finaliza.

Impacto

Uma outra entidade que concorda com a medida é a Federação de Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio). Mas a Federação destaca que impacto negativo no comércio por causa do coronavírus já afeta o mundo. Além disso, a entidade ressalta que, apesar de as medidas serem necessárias, não serão todas as empresas que conseguirão se adequar a essa realidade.

“As dificuldades vão variar pelo tamanho da empresa. Se ela for maior e tiver como oferecer essa facilidade, será possível os colaboradores trabalharem de forma remota, mas para pequenas e médias empresas deverão ser levadas em consideração o custo para isso”, pontua o presidente da entidade, Marcelo Baiocchi.

Ele explica que, para se colocar um funcionário em casa, deve saber se a empresa conta com softwares e programas necessários para o trabalho remoto, internet adequada e se o próprio funcionário terá tecnologia para fazer o home office. “Estamos vendo muitas situações pelo mundo. Pessoas sendo proibidas de sair de casa, restaurantes não podem aglomeração. Será um sacrifício, mas é necessário submetê-lo para essa situação passar mais rápido”.

Marcelo destaca que o comércio também está impactado. Apesar de não ter números concretos, ele relata que as lojas podem sofrer muito nos próximos dias sem a movimentação de pessoas nas ruas. Ele ainda afirma que, se a recomendação se prorrogar, não sabe dizer se essas empresas suportarão ficar sem vender.

“Hoje que [os efeitos do coronavírus] começou nos atingir diretamente com o fechamento de escolas e possibilidade de fechamento de algumas áreas de comércio e até mesmo shoppings. Isso não estava na nossa previsão e todos sofreremos com esse processo. Infelizmente é algo que não queríamos passar”, finaliza.