DISPUTA JUDICIAL

Entidades vão recorrer de decisão que proibiu abertura do comércio em Goiânia

A Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio) e o Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas) informaram,…

A Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio) e o Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas) informaram, na manhã desta sexta-feira (3), que vão recorrer da decisão que proibiu a abertura do comércio em Goiânia. Na quinta-feira (2), as entidades conseguiram liminar que autorizava o funcionamento de estabelecimentos comerciais como shoppins, galerias, camelódromos e lojas da 44. A decisão, porém, foi derrubada na madrugada de hoje pelo presidente do Tribunal de Justiça, Walter Carlos Lemes, a pedido do Ministério Público (MP).

Em vídeo divulgado nas redes sociais, o presidente da Fecomércio, Marcelo Baiocchi, disse que os comerciantes foram pegos de surpresa com a suspensão da liminar, mas que a entidade vai recorrer e demonstrar que o comércio não é o responsável pelo alastramento do coronavírus.

Na opinião de Baiocchi, decisões como esta, do desembargador Walter Carlos Lemes, “cassam o direito de trabalhar”. Ele afirma ainda que, a persistir esse cenário, os empresários não terão outra opção a não ser demitir funcionários. “Teremos que demitir porque não teremos recurso para pagar salário. Não teremos recurso para pagar o aluguel, a luz, a água e o IPTU para a prefeitura. Infelizmente, essa situação de instabilidade coloca as pessoas cada vez mais no limbo do desemprego”, diz.

Baiocchi afirma que comércio está sendo penalizado por algo que não causou. “A situação de contaminação da pandemia não é provocada pelo comércio, que até hoje praticamente não funcionou”.

Sindilojas

Em nota divulgada à imprensa, o Sindilojas disse que o “vai e vem de decisões judiciais para mandar abrir e fechar o comércio, muitas vezes no mesmo dia, é estarrecedor”. Segundo a entidade, isto evidencia “o descaso das autoridades públicas com o setor produtivo, que é o maior gerador de empregos da capital e do estado”.

“O sindicato acredita que essa batalha jurídica gera insegurança para os empresários, que acabam
não tendo outra alternativa a não ser demitir, já que, de portas fechadas, o faturamento das
empresas é reduzido a zero. O comércio fica sem receita para honrar seus compromissos.”, diz trecho.

A entidade ainda alertou para a possibilidade de desobediência civil, já que, segundo o sindicato, os empresários, trabalhadores e até consumidores dormem sem saber se vão poder trabalhar ou não no dia seguinte. O Sindilojas ainda deixou o questionamento: “Por que não atacar a raiz do problema, ou seja, criar leitos e melhorar o aparato da saúde pública para combater a Covid-19?”.

A entidade também afirma que é um “erro grave” permitir a operação do transporte coletivo público do modo como está. “Há aglomerações cada vez maiores nos terminais e nos ônibus, e nenhum esforço aparente do poder público para salvaguardar as vidas dos milhares de usuários do transporte coletivo e das pessoas que têm contato com que é obrigado a viajar em pé, sem distanciamento social e suscetível ao contágio dessa terrível doença”.

Confira abaixo o posicionamento do presidente do Sindilojas, Eduardo Gomes: