“Era necessário amarrá-lo”, diz dono de cão vítima de maus-tratos na Cidade de Goiás

A Polícia Civil colheu, nesta sexta (4), o depoimento do dono de um cachorro que foi vítima de maus-tratos na Cidade de Goiás e que foi resgatado na última terça-feira (1º). O homem afirmou que amarrar o animal era necessário, para evitar que ele fugisse, e que foi em uma tentativa de se livrar da corrente que o cão feriu as costas.

O cachorro responde pelo nome de “Leão”. Quando foi encontrado, estava preso, sem comida e com graves feridas. Perto dele havia uma tigela com água suja, malcheirosa e esverdeada.

“Ele (tutor do cão) informou que, como a casa dele não tem muro, apenas cerca, costumava deixar o cachorro amarrado para não fugir pra rua. Há cerca de dez dias, o cachorro embaraçou na corrente e, ao tentar sair machucou as costas. Como estava sob o sol, acabou agravando as feridas”, explica o delegado Gustavo Cabral, responsável pela investigação.

O dono do cachorro não estava na residência no momento da apreensão, mas recebeu uma intimação para comparecer á delegacia e prestou depoimento hoje. O homem responderá uma ação penal por maus tratos a animais, com pena de até 5 anos de prisão.

Cachorro foi encontrado do sem água, com água suja e com ferimentos

O delegado foi até a residência do homem após receber denúncias anônimas sobre um cachorro que sofria maus-tratos. “O investigado estaria deixando seu cachorro acorrentado no quintal de casa há mais de duas semanas e, quando alimentava o cão, era com restos de comida. O noticiante informava ainda que o cão estava com grave ferimento nas costas”, relata o delegado.

Leão estava preso a uma corrente com pouco espaço para se movimentar, a água posta para saciar a sede do animal estava suja, esverdeada e malcheirosa. Também não foi localizado nenhum pote de ração ou qualquer alimento próximo ao cachorro.

Após ser resgatado, Leão foi conduzido para um hospital veterinário para tratar da ferida. “Fomos informados pelo médico veterinário que as lesões já tem algumas semanas e estavam cheias de galerias com larvas (miriase), sendo retirada a pele solta e feita a raspagem em toda a ferida. Ao que tudo indica, o cachorro teria ficado vários dias exposto ao sol, o que agravou e muito a situação das feridas”, explicou Gustavo Cabral.

O cachorro ficou sob os cuidados da associação de proteção aos animais Upagoya. No abrigo, ele continuou com o tratamento médico.

“O Leão foi atendido pelo Dr. Amur Curado, ele estava com sinais clínicos de desidratação e subnutrição, e bem abaixo do peso normal. Ele é um animal jovem que tem uma ferida extensa e profunda em toda a região das costas, mais precisamente do pescoço até o rabo, literalmente sem pele, em carne viva. Além disso, apresentava lesão muscular em uma pata traseira, e a ferida do dorso estava cheia de galerias de larvas”, relata uma das agentes da associação.

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