Crime Bárbaro

Comoção e pedidos de justiça marcam enterro de mãe e bebê mortas em Anápolis

Mulher e filha foram assassinadas com mais de 30 tiros de pistola 9 milímetros na última quarta-feira (24). Somente a criança foi atingida por pelo menos quatros disparos

Muita comoção e pedidos de justiça marcaram o velório de Laura Alves, de 21 anos e da pequena Eloá, de apenas 8 dias. As duas foram enterradas no cemitério São Miguel, em Anápolis, na tarde desta quinta-feira (25). Mãe e filha foram assassinadas com mais de 30 tiros de pistola 9 milímetros na última quarta-feira (24). Somente a criança foi atingida por pelo menos quatros disparos, conforme a perícia realizada no local. O Grupo de Investigações de Homicídios da cidade está à frente das investigações do crime.

Um familiar de Laura, que preferiu não ser identificado, contou ao Mais Goiás que o que a família busca são respostas para o crime e que o autor cumpra toda a pena pelo duplo homicídio. “Simplesmente queremos justiça! Isso não trará a Laura de volta, mas diminuirá essa sensação de impunidade que sentimos nesse momento”, destaca.

Ele conta que Laura teve um rápido relacionamento com o suspeito, que foi resgatado no presídio de Jaraguá nas vésperas do Natal do ano passado, e que recebeu uma ligação dele  a ameaçando. “Na ligação, a cerca de um ano atrás, ele enfatizou que iria descarregar dois pentes de nove milímetros nela. Com bastante medo, Laura saiu da cidade e foi para Goiânia, e ficou por lá cerca de três meses. Quando ele foi preso, ela ficou mais tranquila e retornou para Anápolis e, depois da informação da fuga, o pânico tomou conta dela novamente”, conta.

O parente lembra, emocionado, que Laura era uma pessoa muito doce e alegre. Tinha um apego enorme pelos dois filhos, principalmente por Eloá, que era considerada a nova mascote da família. “Ela vivia chamando-a de ‘meu cheirinho’, ‘minha vida’. Era toda ‘babona’ com a menina. Guardamos essa imagem de alegria e cheia de vida que ela transmitia para quem estava perto”, conta destacando a situação da família após o assassinato. “Não existe palavra para descrever a mãe dela. Está arrasada. O pai, com quem ela era mais apegada, está se mostrando forte, mas está destruído por dentro”, relata.

O outro filho de Laura, um menino de três anos, ainda não sabe da morte da mãe. Ele vive com a avó paterna e foi embora dois dias antes do crime. “Estamos buscando uma forma mais calma para explicar para ele. É uma criança! Não dá para chegar e contar de supetão. Estamos procurando uma forma mais carinhosa para lhe dar essa notícia. Se é que existe essa forma”, pondera o familiar.

Enterro aconteceu no final da tarde desta quinta-feira. (Foto: Reprodução/ WhatsApp)

Investigações

À frente do caso, o delegado Renato Rodrigues de Oliveira destaca que novas linhas de investigação surgiram, mas que não podem ser passados mais detalhes para não atrapalhar o andamento do inquérito. Ele afirma que o principal suspeito não é pai da criança. De acordo com Renato, o pai foi uma pessoa bastante presente em toda a gestação da criança. “Não podemos eliminar ninguém de suspeitas, mas contra essa pessoa mencionada não foi encontrado nenhum tipo de elemento. É um homem que, apesar de não ter mais relação com a mãe desde a gravidez, sempre arcou com despesas da gestação, e após o parto.”

O foragido do presídio de Jaraguá é considerado um suspeito de alta periculosidade, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP). Além disso, três pessoas foram notadas entrando na cada após chegar ao endereço onde tudo aconteceu ocupando um carro prata, de modelo popular. A ação foi registrada pelas câmeras de monitoramento de uma casa, que estão apontadas para a rua.