Escassez de aço gera crise na construção e eleva preço de imóveis
Conselheiro da Ademi diz que falta de aço prejudica empresas e consumidores
A construção civil em Goiás e no Brasil está em crise devido à escassez de aço. É o que diz um levantamento com 206 empresas feito pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Com isso, segundo o empresário e conselheiro da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), Renato Correia, há um impacto direto no preço dos imóveis, que devem ficam mais caros. Também há risco de desemprego na construção civil.
Ao Mais Goiás, Correia explica que a falta de aço no mercado faz com que as empresas de construção não tenham alternativa senão repassar a variação no custo do imóvel ao preço final, pago pelo consumidor, o que dificulta negócios em um momento em que a renda da população caiu.
“A sobrevivência das empresas depende de uma margem, então elas têm que subir o preço. Quando ela sobe o preço, ela diminui o número de compradores, porque a renda do comprador não subiu. Então, fatalmente, o déficit habitacional não está sendo atacado, porque você vai impedir que as pessoas comprem”, disse o membro da Ademi-GO.
Ainda segundo Correia, um dos principais problemas percebidos na capital Goiânia devido à falta de aço no mercado é o alongamento do prazo de entrega dos imóveis aos cliente. O fato é apontado no levantamento da CBIC, em que 82,9% das empresas entrevistadas no Brasil afirmaram que esse é o material que tem apresentado mais atraso na entrega.
Risco de demissões
Quanto às consequentes demissões na construção civil devido à redução de compradores e escassez de matéria-prima, Correia afirmou que é um problema que o setor tem conseguido contornar. O empresário destaca ainda que foi justamente a área da construção civil que mais contratou no ano passado. No entanto, caso o desabastecimento de aço se agrave, será um fato concretizado.
Para ele, a solução seria o imposto zero na importação do aço e o estímulo à concorrência, uma vez que, segundo ele, apenas dois fabricantes dominam o mercado brasileiro. “São ações fundamentais para o crescimento do país”, conclui.