Cidades

Escola com aulas híbridas é o que dá pra fazer por ora

Mesclar aulas presenciais com as remotas é alternativa possível para a realidade das escolas com o recrudescimento da pandemia

Doenças virais em crianças têm alta após volta às aulas (Foto: Rodrigo Estrela - SecomAparecida)

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. O caminho do meio é o que dá para ser feito em relação ao retorno das aulas no momento atual da pandemia. A tal da temperança que os gregos falavam. Não dá para fecharmos novamente as escolas e retornamos ao modelo 100% virtual. Nem é de bom tom lotar as já precárias salas de aula com a molecada toda em tempos de piora dos índices. Mas, com a experiência que acumulamos desde 2020, é possível abrir a opção virtual para as famílias que não se sentem confortáveis em mandar as crianças e adolescentes de volta para as escolas e deixar no método presencial para quem está mais confiante.

A escola não é um ambiente alheio ao que acontece no restante da sociedade. Muito pelo contrário. Por isso mesmo que não dá para colocar as crianças no modelo virtual quando a imensa maioria de pais e mães estão no trabalho presencial. A atividade escolar dos filhos anda lado a lado com a necessidade que a família tem de ganhar a vida na rua.

Além disso, o Brasil foi um dos países que mais retardou o retorno às aulas presenciais. É injusto novamente colocar nas costas das crianças e adolescentes a maior parte do ônus social que a pandemia inegavelmente trás.

E olhe que nem entrei nas históricas injustiças sociais brasileiras. Nessa abordagem, não dá para esquecer que uma infinidade de crianças têm nas escolas as únicas refeições do dia. Além disso, nunca é demais lembrar que o ensino virtual funcionou mais ou menos para as escolas particulares e com uma eficácia bem menor no ensino público, por conta do acesso ainda elitizado aos meios tecnológicos para assistir às aulas.

Por tudo isso é que ofertar aulas presenciais para quem pode e virtuais para quem está inseguro é o que dá pra fazer. Enquanto isso, bóra vacinar o máximo de crianças que conseguirmos para tentar virar de vez essa triste página da história da humanidade que é a pandemia.

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Rodrigo Estrela – SecomAparecida