Escolas preveem falência e demissões caso aulas presenciais sejam suspensas
Associação diz que escolas seguem protocolos e que saúde de profissionais e alunos não está em risco
Falência e demissões em massa: é o que prevê a presidente da Associação das Instituições Particulares de Ensino de Goiás (Aipeg), Eula Wamir Macedo, caso as aulas presenciais sejam suspensas novamente. Eula diz que a rede privada não possui mais condições para voltar para as aulas 100% remotas e que teme pelos acertos de funcionários, pois, segundo ela, as instituições “não terão recursos”.
Em entrevista ao Mais Goiás, Eula contou que a categoria está apreensiva desde que o governador Ronaldo Caiado (DEM) disse que a suspensão de aulas presenciais deve ser discutida nos próximos dias, para evitar a proliferação do coronavírus no estado. Segundo ela, a rede privada foi pega de surpresa, já que ficou mais de 11 meses se preparando para o retorno presencial em 2021, mas já corre risco de fechamento na 2ª semana de trabalho.
“Sanitizamos todas as escolas, treinamos os profissionais, diminuímos a quantidade de alunos para 30% em sala de aula. Tudo o que foi pedido foi feito. Essa conta de aumento de casos não é nossa. Estamos cumprindo todos os protocolos, mas outros segmentos não. Esse possível fechamento precisa ser pensado com muito cuidado”, afirmou.
Para Eula, as atividades desenvolvidas nas escolas são essenciais e não devem ser novamente suspensas. “Além da lacuna pedagógica, entra a questão emocional dos alunos, principalmente das crianças, que ficarão sem convívio com colegas e professores. Nossa Associação conta com 184 escolas e nenhuma delas registrou contaminação. Temos auxílio das famílias e de todos os profissionais. As crianças estão dando show de comportamento. O aumento de casos não é consequência das aulas”, defendeu.
De acordo com a presidente da Aipeg, haverá “grande calote social”, se as escolas forem fechadas de novo. “A verdade é que as instituições não terão dinheiro para custear as despesas e pagar funcionários. Muitos serão demitidos e haverá bastante falência”.
“Sem justificativa”
Para o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Goiás (Sinepe), Ademar Amorim Júnior, o fechamento das escolas não tem justificativa. Segundo ele, a pretensão de fechar as unidades de ensino é mais política do que técnica.
“Bares não possuem um sistema tão protegido quanto as escolas e não serão fechados. Não é justo. As unidades estão cumprindo todos os protocolos, respeitando o distanciamento, aferindo temperatura e utilizando máscara. Nada justifica”, disse.
Assim como Eula, Ademar teme pelo futuro das escolas em caso de retorno das aulas somente virtuais. “O impacto vai ser grande. A rede privada não tem mais condições de ficar meses fechada. Somos contra a suspensão das aulas presenciais e pedimos compreensão neste momento”.