Riscos de afogamento: Especialista faz alerta sobre o período de férias
Nos cinco primeiros meses de 2024, Hugol já atendeu 17 crianças vítimas de afogamentos. Número é 54,5% maior se comparado a 2023
Com a chegada das férias e o maior número de crianças dentro de casa, muitas famílias precisam ‘ligar’ o alerta para os cuidados com os afogamentos, queimaduras e outros incidentes. A supervisão por parte dos adultos ainda é a melhor forma de evitar acidentes. Mesmo durante atividades simples, como ir ao banheiro, por exemplo.
Segundo a coordenadora médica de Trauma Pediátrico do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), Teresa Cristina Godinho, a maior preocupação está nos casos de afogamentos nesse período. Eles podem acontecer na própria residência ou até mesmo em festas familiares e na casa de amigos.
“A crianças não podem ficar sozinhas, sem a supervisão de um adulto. O sugerido é que se nomeie o adulto que ficará responsável por ela. Caso esse adulto tenha que se ausentar, como ir ao banheiro, por exemplo, ele deve nomear outro adulto para cuidar da criança. A maioria dos acidentes ocorre porque um adulto acha que o outro está olhando e vice-versa”, ressalta.
Nos cinco primeiros meses de 2024, o Hugol já atendeu 17 crianças vítimas de afogamentos. Esse número é 54,5% maior se comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 11 casos. Em 2023, o hospital realizou 32 atendimentos de crianças vítimas de afogamentos. Dessas, 23 tinham menos de 5 anos
O pai de um menino de menos de 2 anos contou que o filho ficou internado no Hugol durante quatro meses após se afogar na piscina de casa. Segundo o responsável, foi tudo muito rápido.
“Foi um afogamento muito grave, mas graças à Deus o socorro veio muito rápido, o helicóptero chegou em seis minutos e ele veio para o Hugol, onde recebeu o melhor tratamento que ele poderia ter recebido”, disse o homem.
Prevenção
A médica considera o afogamento como uma das principais causas de morte acidental entre as crianças. As consequências de um afogamento podem variar de acordo com a gravidade do incidente e o tempo que a criança ficou submersa.
“Infelizmente, o afogamento é uma das principais causas de morte acidental entre crianças. As consequências de um afogamento podem variar de acordo com a gravidade do incidente e o tempo que a criança ficou submersa. Em casos leves, a criança pode apresentar tosse, dificuldade para respirar e ansiedade. No entanto, em casos mais graves, pode ocorrer falta de oxigenação no cérebro, resultando em danos neurológicos permanentes. Isso pode incluir dificuldades de aprendizado, problemas motores e, em casos extremos, um estado de coma”, pontuou a médica.