Ana Cristina Brasil da Silva e João Marcos Brasil da Silva foram condenados, pelo 1º Tribunal do Júri da comarca de Goiânia, a 14 anos e 6 meses de reclusão, em regime fechado, pela morte de Jucimar dos Santos da Silva. A vítima era marido e tio dos autores do crime.
O advogado de João Marcos pediu sua absolvição, alegando legítima defesa. Já a defesa de Ana Cristina sustentou que a ré não teve participação na morte e, caso não fosse esse o entendimento do júri, pediu a retirada da qualificadora do recurso que dificultou a defesa da vítima.
Porém, o Conselho de Sentença, composto por sete jurados, atribuiu a João Marcos a autoria das lesões que levaram à morte de Jucimar. De acordo com os jurados, o crime foi praticado por motivo torpe e mediante emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima. Em relação a Ana Cristina, o Conselho entendeu que o crime ocorreu por sua causa, tendo ela sido a mandante do delito.
Ao final, o Tribunal do Júri condenou João Marcos e Ana Cristina nas sanções do artigo 121, 2º parágrafo, incisos I e IV, do Código Penal – matar alguém, de emboscada, por motivo torpe. A sessão aconteceu nesta quarta-feira (7), presidida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara.
O caso
Segundo denúncia do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), no dia 6 de agosto do ano passado, por volta das 19 horas, João Marcos foi até a casa de Jucimar e o convidou para acompanhá-lo de moto. Jucimar, sem saber de nada, foi com ele.
Ao chegarem em um local sem iluminação, João Marcos desceu da moto e pediu para o tio empurrá-la porque teria acabado a gasolina. Neste momento, quando a vítima estava de costas, ele sacou a arma e efetuou disparos. A vítima foi levada para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
O policial militar Edson Rodrigues dos Santos, uma das testemunhas arroladas no processo, afirmou, em audiência, que foi acionado por populares para prestar socorro à vítima e relatou que, antes de morrer, Jucimar falou com detalhes de como o sobrinho e sua esposa tramaram sua morte. O depoente ressaltou ainda que, no dia do fato, estranhou bastante a conduta de Ana Cristina, que não demonstrou nenhuma reação ao saber da morte do marido.
João Marcos confessou à polícia ter efetuado os tiros contra a vítima. Ele foi denunciado por cometer o crime mediante promessa de recompensa e com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Já Ana Cristina atribuiu a autoria do crime ao sobrinho e disse que não foi ela a mandante do delito.