Namorada investigada por matar bombeiro a tiros em Trindade não tem antecedentes, diz delegado
Mulher alega que agiu em legítima defesa após o marido, que teria ingerido bebidas alcoólicas, ameaçá-la com uma faca
A Polícia Civil investiga o caso do bombeiro Rafael Moreira, de 34 anos, que foi morto a tiros pela namorada em sua residência em Trindade, no início de março. Segundo o delegado Douglas Pedrosa, responsável pelo inquérito, a mulher não tem antecedentes criminais. Ela alega que agiu em legítima defesa após o marido (que teria consumido álcool) ameaçá-la com uma faca. A família contesta a versão e diz que a vítima não era agressiva.
Aos policiais, a mulher relatou que Rafael ficava agressivo todas as vezes que ingeria bebidas alcoólicas e, ainda, que ela era agredida com frequência. Inclusive, segundo a investigada, uma semana antes da noite do crime, o bombeiro a havia agredido fisicamente.
Também de acordo com a mulher, no dia 6 de março, Rafael começou a brigar com ela enquanto estava com uma pistola na mão. Ele, entretanto, teria deixado a arma em um móvel e dito que a mataria esfaqueada. Neste momento, a investigada diz que pegou a arma e efetuou os disparos.
Policiais militares que atenderam a ocorrência descrevem que, quando chegaram no local do crime, encontraram a mulher chorando e em estado de choque. Afirmam, ainda, que ela pedia às autoridades “por favor, socorre ele”. O bombeiro foi levado ao Hospital Estadual Governador Otávio Lage (Hugol), em Goiânia, mas não resistiu e morreu oito dias depois.
De acordo com o delegado Douglas Pedrosa, um exame de corpo de delito confirmou que a mulher apresentava hematomas decorrentes de agressões de dois a três dias antes do crime. A investigada ainda detalhou aos policiais que nunca denunciou o companheiro por medo.
Família de bombeiro nega agressividade
De acordo com a advogada Débora Camargo, que representa a família de Rafael, o bombeiro não apresentava comportamentos agressivos. Pelo contrário, segundo a família, a namorada investigada é quem tinha atitudes abusivas, como ciúmes e ataques de raiva.
A família relata que Rafael e a suspeita tinham um relacionamento intermitente, onde ficavam juntos e se separavam com frequência. A instabilidade somada ao comportamento controlador da mulher gerava brigas.
Investigação
O delegado que investiga o caso informou que, com a morte de Rafael, o caso passa a ser apurado como homicídio consumado. No entanto, o crime pelo qual a mulher pode responder ainda dependerá do rumo das investigações.
Segundo o investigador, a polícia está trabalhando para levantar evidências que provem ou não a tese de legítima defesa.