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“‘Esquerdopatas’ veem autor como vítima”, comenta procurador da República sobre morte em Niquelândia

Muito ativo nas redes sociais, o procurador da República em Goiás Ailton Benedito se envolveu…

Muito ativo nas redes sociais, o procurador da República em Goiás Ailton Benedito se envolveu em mais uma polêmica. Na tarde da última terça-feira (17), por meio da rede social Twitter, ele opinou sobre um caso em Niquelândia, cidade a 330 quilômetros da capital, no Norte de Goiás. Acontece que o caso em que o procurador comentou tem causado comoção por se tratar da morte de uma criança de apenas três anos. A menina teria sido vítima de um menor de 15, com problemas mentais. O corpo foi encontrado com sinais de violência sexual.

“Para a militância esquerdista, essa criança não é vítima. A vítima seria o autor desse crime hediondo (sic),” escreveu o procurador na rede social em que se intitula “cidadão de bem.” Não é a primeira vez que Ailton Benedito se envolve em um assunto polêmico nas redes. Ele já se manifestou sobre resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que impedia profissionais de atuar em casos em que pacientes fossem transexuais e travestis, por acreditar que medida levava à “patologização” dessas pessoas.

Ele também já impediu campanha publicitária da Copa do Mundo, por acreditar que não traria de fato os benefícios apresentados em propaganda. Além dessas polêmicas, o procurador Ailton Benedito já pediu explicações à Universidade Federal de Goiás (UFG) por conta da criação de supostos banheiros unissex.

Postagem em rede social de Procurador da República Ailton Benedito (Foto: Reprodução)

Niquelândia
Antes de lembrar o que aconteceu em Niquelândia, vale ressaltar que o procurador usou, nas redes, de linguagem comum para qualificar ato praticado pelo menor de 15 anos. Conforme a legislação brasileira, menores de idade não cometem “crimes hediondos”, como cita o procurador da República. Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), menores de 18 anos não cometem crimes por ainda não serem imputáveis — que se pode atribuir um ato criminoso. Ou seja: cometem atos infracionais, e são passíveis de penalidade que pode chegar até três anos de internação.

A menina de três anos foi encontrada ferida, seminua e com sinais de estupro em um matagal, na segunda-feira (16), em Niquelândia. Com traumatismo craniano, cortes na cabeça e machucados por todo o corpo, a criança morreu a caminho de um hospital em Goiânia. Um suspeito da agressão, com 15 anos, foi apreendido em uma mata.

O delegado regional de Uruaçu Bernardo Cumunali, que concluiu as investigações, contou ao Mais Goiás que o menor apreendido já passou por audiência com o poder Judiciário e o Ministério Público Estadual, e foi determinada a internação provisória, com prazo estabelecido por lei de 45 dias, para aguardar a condenação. Caso pegue a pena máxima, o menor infrator pode ficar até três anos internado. “O caso foi concluído da nossa parte (Polícia Civil), e agora fica a cargo da Justiça”, disse.

A criança ainda foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos (Foto: Reprodução)
A criança ainda foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos (Foto: Reprodução)