Estado multa loteamentos irregulares em Alto Paraíso em quase R$ 2 milhões
Em uma semana, a operação de fiscalização realizada pelo governo e pela Polícia Civil contra…
Em uma semana, a operação de fiscalização realizada pelo governo e pela Polícia Civil contra crimes ambientais na região da Chapada dos Veadeiros resultou na aplicação de multas que somam R$ 1,94 milhão até agora. A Chapada se localiza no município de Alto Paraíso de Goiás. A fiscalização no local, que começou na última terça-feira (24), vai até a próxima sexta-feira (4).
Entre os crimes ambientais detectados pelas equipes, destaque para os loteamentos irregulares. Fiscais também descobriram a abertura de parcelamentos irregulares do solo para fim urbano dentro de áreas destinadas apenas para uso rural; loteamento de solo abaixo da fração permitida para áreas rurais; supressão de vegetação nativa do cerrado para abertura de arruamentos e lotes; captação de água sem outorga; entre outras práticas ilegais, como uso de fogo em vegetação nativa e pastagens. Junto a isso, a fiscalização também checa pontos recentes de desmatamento monitorados via imagens de satélite.
A secretária estadual de Meio Ambiente, Andréa Vulcanis, diz que a exploração irregular de áreas preservadas do Cerrado goiano gera “impacto ambiental muito expressivo, seja pela própria ampliação desordenada da área urbana, seja por suas consequências diretas, como impermeabilização de solo e redução da disponibilidade hídrica, afetando, assim, os corredores ecológicos que existem de fauna e flora no local”.
Robson Dizarz, superintendente de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, afirma que, além das autuações e aplicação de multas, as equipes embargaram terras para que as irregularidades encontradas cessem imediatamente. A fiscalização também apreendeu equipamentos utilizados no desmatamento irregular, a exemplo de tratores e motosserras.
Robson diz que, até o final da Operação Candombá, todos os 31 alvos identificados serão abordados. “O trabalho vai além da fiscalização, uma vez que temos de descobrir quais foram as pessoas que fracionaram o terreno e conseguir documentos comprobatórios do crime ambiental, por exemplo”, diz o superintendente.
Apoio da população
Dizarz, que acompanha as equipes em campo diz o trabalho dos fiscais e agentes da Polícia Civil, conta com apoio da população da região que deseja manter a preservação do local.
“Recebemos informações a todo momento, inclusive, de outros pontos que não estavam entre os 31 alvos desta operação”, esclarece.
Na semana passada as equipes identificaram loteamentos que estão sendo vendidos por uma imobiliária de Alto Paraíso de Goiás com terreno abaixo da parcela mínima permitida para áreas rurais.
“Pessoas estão comprando lotes que estão sendo vendidos no valor de R$ 300 mil, muito menores que a fração permitida, que são quatro hectares”, afirma Vulcanis.
A operação, batizada ‘Candombá’, leva o nome de uma vegetação típica do Cerrado, também conhecida como Planta do Fogo, com forte ocorrência na região, tem como foco a fiscalização contra a especulação imobiliária na Unidade de Conservação (UC) estadual.
*Laylla Alves é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Hugo Oliveira