“Estamos sendo cobaias nos decretos”, diz representante de bares de Goiás
“A gente se sente uma cobaia nos decretos. É só nos bares e restaurantes que…
“A gente se sente uma cobaia nos decretos. É só nos bares e restaurantes que as pessoas pegam covid? A doença só circula até as 22h?”. O desabafo é de Fernando Machado, presidente da associação que representa os bares e restaurantes de Goiás. Fernando afirma que a categoria sente-se tratada como a vilã da pandemia e lamenta que prefeituras tenham decidido mais uma vez restringir o funcionamento destes estabelecimentos.
“Parece que os governantes querem fazer algo para mostrar para a sociedade, mas só penalizam o nosso segmento. A gente se adequou mediante luvas no buffet, álcool nas mesas e outras medidas que foram determinadas pelo Centro de Operações Emergenciais (COE)”, diz o presidente.
A estratégia correta, na opinião de Fernando, é intensificar a fiscalização para coibir eventuais atos de indisciplina. “Achamos, sim, que deve haver punições para quem não estiver obedecendo. Só que a gente não pode ser visto como vilão da pandemia porque nesse ramo também há famílias que dependem desse comércio”.
Fernando diz que as vendas caíram em média 30% e, com novas medidas de restrição, podem ficar 50% menores. “Mais de 300 estabelecimentos, entre médios e grandes, já fecharam desde o início da pandemia. Cerca de seis mil pessoas já foram demitidas. Eu mesmo estava com oito funcionários em free lancer e estava pensando em efetivá-los, já que não tá fácil arrumar mão de obra de qualidade. Mas, dessa forma, não será possível. Vou ter que mantê-los nesse regime sem vínculo”.
Fernando defende que as prefeituras – principalmente a de Goiânia – permitam que os bares funcionem pelo menos até meia-noite. “Muitos clientes saem do trabalho, vão em casa tomar um banho e vão ao estabelecimento. Com esse novo horário, os clientes apenas sentam no bar e já têm que levantar. Além disso, quem começa a funcionar das 17h horas só trabalha cinco horas. Isso causa um prejuízo para a gente também”.