A estudante Isabela Almeida Rodrigues, 22 anos, do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Goiás (UFG), venceu o 3º Concurso de Iniciação Científica em Relações Internacionais da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI). A pesquisa de Isabela analisou como a teoria dos complexos agroindustriais auxilia na clareza da influência que os agentes da cadeia produtiva do etanol conseguem ter na formulação das políticas estadunidenses.

Em março deste ano a jovem passou a ser pesquisadora financiada pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre os Estados Unidos (INCT-INEU). “Estudos assim precisam ser desenvolvidos no Brasil, mas falta maior investimento em educação pública de qualidade”, disse Isabela.

Nas palavras de Isabela, a pesquisa pretende garantir leis agrícolas de incentivo à produção de milho e estabelecimento de cotas de consumo de etanol. E ela faz planos para o futuro: “gostaria de publicar artigos relacionados ao tema, e vou submeter uma continuação desse projeto para mestrados”.

Cortes na UFG

Em maio deste ano, a UFG divulgou que teve R$32 milhões congelados pelo Governo Federal. Isabela diz que os cortes afetam os gastos gerais como energia, manutenção e prestação de serviço, além da concessão de bolsas de pesquisa e de projetos de extensão.

[olho author=””]”Para realizar uma pesquisa é preciso no mínimo de quatro horas de dedicação diária. É impossível cursar cinco matérias, trabalhar e se dedicar a uma pesquisa sem remuneração. Esses cortes vão gerar mais desigualdade e segregar alunos. A maioria dos estudantes da UFG são negros, o que demonstra o poder da instituição em mudar a realidade do nosso país em questão de desigualdade racial e social. Alunos que tem acesso a iniciação científica conseguem melhores empregos e melhor classificação em mestrados e pós-graduações. ” ressalta a estudante.[/olho]

*Fabrício Moretti é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Hugo Oliveira