EDUCAÇÃO

Estudante de Goiânia aposta que Enem terá questões de assédio moral

A aposta de Giovana Luísa, uma das primeiras estudantes a chegar à Praça Universitária, em…

A aposta de Giovana Luísa, uma das primeiras estudantes a chegar à Praça Universitária, em Goiânia, para fazer o Enem nesse domingo, é a de que a prova vai propor questões relacionadas a assédio moral. “O Enem sempre vai abordar algo que é problemático para a gente, então essa é a minha aposta”. Giovana tem 21 anos e vai fazer o exame pela terceira vez. Além de estudar, ela trabalha como secretária.

A jovem é um dos 130 mil candidatos em Goiás que se inscreveram para o Enem nesse ano – e um dos 34 mil de Goiânia. O domingo dela começou assim: acordou às 6h da manhã, tomou café, foi ao supermercado comprar a garrafinha de água e o lanche que vai consumir durante o exame, mexeu com aplicativos de telefone e viu TV. “Não adiantaria nada estudar hoje”, afirma.

Os portões dos locais de prova abriram-se ao meio-dia e se fecham às 13 horas. Os cadernos de questões serão distribuídos às 13h30. Os candidatos terão que entregar os gabaritos até as 19 horas. Neste primeiro dia de provas, as perguntas serão a respeito de: linguagens, códigos e suas tecnologias e redação; ciências humanas e suas tecnologias.

Movimentação de estudantes que vão fazer o Enem na Praça Universitária, em Goiânia (Foto: Jucimar de Sousa – Mais Goiás)

O número de inscritos em Goiás nesse ano é 38% menor do que o registrado em 2020, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Do total de inscritos no estado, são 78.834 mulheres e 50.208 homens. Os alunos até 18 representam 80 mil dos cadastrados para o exame. Já os que têm acima de 60 anos somam 141 candidatos. O segundo dia de provas acontece no próximo domingo (dia 28), das 13h30 às 19h, com questões de ciências da natureza e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias.

Os indícios de interferência do governo Bolsonaro no conteúdo das questões e o pedido de demissão coletiva de técnicos do Inep na véspera gera forte expectativa em torno do Enem. Especialistas em educação temem que o eventual revisionismo histórico promovido por aliados do presidente cause prejuízo à avaliação dos alunos.

Enem: o que levar e o que não pode levar

Os fiscais contratados pelo Inep foram instruídos a exigir o uso de máscara no ambiente de provas. Recomenda-se aos estudantes que levem garrafa de água, um lanche prático, álcool em gel e máscara reserva para eventual troca durante a tarde. Além da versão impressa, o exame será aplicado de forma virtual para 3,1 milhão de candidatos.

É imprescindível que o estudante leve caneta esferográfica de tinta preta, frabricada em material transparente; documento de identificação original e com foto (RG, CNH ou passaporte, por exemplo); e o cartão de inscrição. São proibidos bonés, gorros, órculos escuros, caneta azul, lápis, borracha, telefones celulares, tablets e relógios inteligentes. Esses itens terão que ser guardados em um envelope até o fim da prova.