Estudante denuncia homofobia e estupro após Parada Gay em Goiânia
Um estudante da Universidade Federal de Goiás (UFG), denuncia que foi vítima de estupro e…
Um estudante da Universidade Federal de Goiás (UFG), denuncia que foi vítima de estupro e homofobia após a Parada do Orgulho realizada no último domingo (8), em Goiânia. V.R.R., 31 anos, afirma que descia pela Rua 19 no Centro da capital quando, próximo ao prédio da Justiça Federal, foi atacado por um homem que também estava à pé.
O rapaz, que é ativista dos Direitos LGBTQI+, precisou levar sete pontos na cabeça e tomar antiretrovirais. De acordo com Fabrício Rosa, policial rodoviário federal e coordenador de segurança da Parada, naquela mesma tarde a vítima discursou no evento, que teve como foco a democracia e direitos. O policial conta como foi a agressão sexual.
“Já era de madrugada e ele estava sozinho. Não conseguiu se desvencilhar do agressor e foi forçado a fazer sexo. O homem rasgou toda a roupa dele e o agrediu. O estudante foi ferido no braço, nas mãos e precisou levar sete pontos na cabeça. Após o homem fugir, uma pessoa que passava pelo local o socorreu, o levou para o Centro de Atendimento Integral à Saúde (Cais) de Campinas e chamou a família”, conta Fabrício Rosa.
Segundo o policial, foi ele quem convenceu a vítima a registrar boletim de ocorrência. Os dois foram ao 1º Distrito da Polícia Civil (PC) acompanhados por um advogado. “A vítima informa ter sido forçado a praticar sexo com o agressor, inclusive com penetração. O fato se deu entre 00h e 01h00 e o jovem saiu do local sangrando“, lê-se no boletim de ocorrência.
O caso foi registrado como estupro de vulnerável e LGBTfobia e será investigado pela Polícia Civil (PC). V. foi encaminhado para exames no Instituo Médico Legal (IML) e para atendimento médico no Centro de Referência em Diagnóstico e Terapêutica (CRDT), para uso de antirretrovirais.
Apoio
Por meio do Instagram, a vítima de estupro se manifestou na última terça-feira (10). “Mais uma vez a intolerância, a ignorância e o machismo faz vítimas. Homofóbicos tirem suas mãos imundas do meu corpo, ele me pertence!“, publicou.
Os internautas manifestaram apoio à vítima. “Gostaria que soubesse que não está sozinho. Nunca se esqueça que você é forte. Todo amor do mundo para você. RESISTIR“, diz uma mulher. “A humanidade está doente e para piorar temos governantes e uma população cheia de ódio, com pessoas que parecem estar na idade média. Meu coração sangra por tamanha falta de respeito. Te apoiaremos, e não tenha vergonha de ser feliz”, comentou outra pessoa.
Segurança e visibilidade
Isabel Cristine, presidenta da Associação da Parada de Goiânia, informou que, como forma de garantir segurança e dar mais visibilidade à luta e à diversidade sexual, o evento do próximo ano será realizado das 8h às 18h. A ediçãovai acontecer no dia 28 de junho, data que marca o dia do Orgulho LGBTQI+.
Procurada pelo Mais Goiás, a Defensoria Pública informou que não está acompanhando esse caso, pois a vítima não procurou o órgão. “Porém, caso ele tenha interesse, pode procurar o atendimento do Núcleo Especializado de Direitos Humanos da Defensoria Pública de Goiás”, declararam.