Estudantes e educadores realizam ato ecumênico contra a Previdência Estadual, em Aparecida
Evento teve apoio de religiosos. Padre chegou a escrever uma carta em que se expressa contra a retirada de direitos de trabalhadores
Estudantes, professores e profissionais da Educação realizaram ato ecumênico contra a Reforma Estadual da Previdência na manhã desta segunda-feira (25), na Praça Espanha, na Vila São Tomaz, Aparecida de Goiânia. O ato contou com apoio de religiosos. Um deles, padre José Barbosa, chegou a escrever uma carta em apoio à iniciativa. Com faixas como “o professor é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo”, estudantes caminharam da Praça Espanha até a paróquia Nossa Senhora da Luz, onde ocorreu o culto ecumênico.
De acordo com o professor Thiago Oliveira, que coordena o grupo Mobilização dos Professores de Goiás (MPG), o ato busca sensibilizar a sociedade sobre o que considera efeitos ruins da reforma da previdência sobre a Educação. Para ele, a reforma aumentará em 15 anos o tempo de trabalho dos profissionais, o que aumentaria a incidência de doenças.
“O professor não aguenta mais trabalho. A reforma quer aumentar não somente o tempo de trabalho, mas também a alíquota da contribuição”, diz. “O Estado já não paga o piso e quer retirar direitos. A culpa de Goiás passar por problemas financeiros não é dos professores, pelo contrário”, avalia.
Carta
Um dos apoiadores do movimento pela Educação é o padre José Barbosa, da Paróquia Nossa Senhora da Luz. Em uma carta, o religioso usa discurso bíblico para justificar seu posicionamento. Segundo ele, “[A igreja] não pode se furtar à participação nesse momento em que estão em jogo os direitos já conquistados. O líder religioso ainda cita o livro dos Provérbios: “quando os justos florescem, o povo se alegra; mas quando os ímpios governam, o povo geme”.
A carta continua dizendo que os professores clamam por justiça e que conseguiram alguns poucos direitos em passos lentos. “O governo foi buscar uma secretária de muito longe, como se aqui no houve (sic) pessoas competentes”, diz o escrito. “Educação é lugar de sensibilidade e bom senso, o que ela não tem, não pode governar”, escreve ainda.
Pastor Rosivaldo Pereira, de Aparecida de Goiânia, também compareceu na manifestação.
A reportagem entrou em contato com a Arquidiocese de Goiânia e com a Secretaria de Estado de Educação, mas ainda não obteve resposta.
Veja abaixo a íntegra do documento:
Padre escreve carta contra reforma da previdência (Foto: Reprodução)