Educação superior

Estudantes protestam contra universidade privada que aumenta valor de disciplinas em 25%

Documento assinado pelo reitor da instituição confere aumento a disciplinas cursadas fora do período original estabelecido pelo curso

Estudantes da Universidade Anhanguera protestam contra aumento, que segundo eles, não foi comunicado com antecedência e inviabiliza continuidade de muitos deles nos cursos (Foto: Reprodução)

Estudantes da Universidade Anhanguera  (Uni-Anhanguera) protestam contra uma normativa que estabelece aumento de 25% sobre o valor da mensalidade do curso para cada disciplina realizada fora do período acadêmico original. Eles, que realizaram ato contra o imposição na noite de quinta-feira (28), preparam nova manifestação na reitoria da instituição na noite desta sexta-feira (29). 

A resolução, assinada pelo reitor Joveny de Oliveira no dia 7 de novembro, foi divulgada na última quinta-feira (28) e gerou indignação entre os alunos. O documento circula em grupos de whatsapp e estudantes alegam que a cobrança da taxa é abusiva. E que a instituição não comunicou o corpo discente com antecedência sobre as mudanças.

Os universitários, a partir de então, formaram grupos para tentar negociar com a reitoria. Eles chegaram a ser recebidos ainda na quinta por pró-reitores, mas a reunião não chegou a ser realizada. Isso porque, segundo os estudantes, diretores da universidade se recusaram a receber todos os membros do coletivo formado por eles para tratar do assunto.

Veja vídeo do protesto de quinta (28):

De acordo com uma aluna do curso de Engenharia Civil, a decisão muda completamente a realidade acadêmica, já que passa a restringir o acesso às matérias por meio de uma taxa considerada abusiva por ela. “Eu mesma vim de outra instituição, através de transferência. Foi-me prometido que poderia cursar as matérias que não tive na outra universidade em outros períodos, mas agora teria que pagar R$250 sobre o valor da mensalidade, que é R$1 mil. Fica inviável”, diz.

O estudante do 4° período de Direito, Dênnis Gomes, afirma que a taxa, como colocada na normativa, é abusiva. Ele explica que cada período possui cinco matérias obrigatórias. A cobrança de 25% ultrapassaria, assim, o valor de cada crédito isolado. No sistema de cobrança por crédito, é atribuído a cada disciplina um número de créditos, os quais correspondem ao número de horas-aula, o que influencia no valor cobrado por cada matéria cursada. 

O grupo de alunos busca esgotar todas as negociações. Caso não entrem em acordo, vão buscar a resolução do problema na Justiça.

O Mais Goiás entrou em contato com a Universidade Anhanguera, mas ainda não obteve resposta. Esta redação também enviou cópia da resolução para o Procon, departamento do qual aguarda retorno.

*ERRATA: O MAIS GOIÁS TEVE ACESSO AO DOCUMENTO DA UNIVERSIDADE POR MEIO DE ALUNOS DA INSTITUIÇÃO. A RESOLUÇÃO ESTÁ ASSINADA PELO REITOR, CONTUDO, A UNIVERSIDADE NÃO CONFIRMOU SE ELA FOI PUBLICADA OFICIALMENTE.


*ATUALIZADA ÀS 15H57MIN DO DIA 29/11/2019