Estudantes suspeitos de agredir jovem negam homofobia, diz delegado
Os dois estudantes de Educação Física presos suspeitos de agredir um jovem no último dia…
Os dois estudantes de Educação Física presos suspeitos de agredir um jovem no último dia 6 de julho, no setor Bueno, negaram que o crime tenha sido motivado por homofobia. Caio Cesar Rodrigues Sampaio e Lucas Vilela Martins afirmam que foram vítimas de racismo e, por isso, agrediram o rapaz de 24 anos. As alegações foram feitas durante interrogatório à Polícia Civil na manhã desta terça-feira (17) e repassadas ao Mais Goiás pelo delegado responsável pelo caso, Carlos Caetano.
Segundo ele, os suspeitos contaram que na sexta-feira (5) jogaram uma partida de futebol e foram para uma festa em Aparecida de Goiânia. Na manhã seguinte, por volta das 7h, iam para uma feira no setor Bueno, quando cruzaram com A.M.C.O.F. Eles alegam que foram xingados e revidaram a agressão.
“O que percebemos é que eles estão tentando se passar por vítimas. É direito deles tentar se defender e até permanecer calados, caso queiram. Mas a gente percebe que estão criando factoides que não condizem com os fatos apurados pela Polícia Civil”, afirmou Carlos.
Ainda de acordo com o delegado, Caio Cesar e Lucas Vilela serão levados ao Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, onde devem permanecer, a priori, por cinco dias. O inquérito deve ser concluído nos próximos dias e encaminhado ao Poder Judiciário. Ambos devem responder pelos crimes de racismo e lesão corporal.
Um terceiro suspeito de participar do crime já foi identificado. A Polícia espera que ele se apresente espontaneamente. “As câmeras foram de extrema importância para elucidar o caso. Já temos informações sobre o terceiro homem que praticou das ofensas verbais. Apesar de não ter indícios que apontem a participação dele nas agressões físicas, ele deve ser autuado por racismo”, finaliza.
O Mais Goiás tenta contato com a defesa dos citados. O espaço está aberto para pronunciamento.
Prisão
Os dois suspeitos de agredir fisicamente um jovem de 24 anos foram presos na madrugada desta quarta-feira (17), em Goiânia. A prisão aconteceu depois que as fotos deles foram divulgadas. “Nós tivemos acesso às imagens de segurança que estavam bem nítidas. Os policiais saíram em diligência e falaram com diversas pessoas na região. Também divulgamos as fotos em grupos de WhatsApp e tivemos retorno de testemunhas”, disse o delegado Carlos.
Depois de encontrar a residência dos dois, o delegado solicitou a prisão à Justiça. “O judiciário deferiu o pedido bastante rápido e na madrugada desta quarta-feira efetuamos a prisão dos envolvidos nos setores Oeste e Bueno”, informou.
Criminalização
Em junho deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu criminalizar a homofobia como uma forma de racismo. A discussão sobre o assunto durou cerca de três meses e a votação foi concluída depois de seis sessões. Desde então, a homofobia passou a se enquadrar na mesma Lei de Racismo, um crime cuja conduta é inafiançável e imprescritível. A pena pode variar entre um e cinco anos de prisão, além de pagamento de multa em alguns casos.