Estudo da UFG sugere equilíbrio entre ações de Saúde e de Economia durante pandemia
Pesquisa verificou efeitos das ações de bloqueio do coronavírus e as consequências econômicas
Estudo técnico realizado pela Secretaria de Planejamento, Avaliação e Informações Institucionais da Universidade Federal de Goiás (UFG) sobre os impactos da covid-19 na saúde e na economia em Goiás, indica que há consequências nos dois setores a partir dos efeitos de atuação dos poderes públicos nas duas áreas.
O levantamento teve o objetivo de prever o comportamento futuro da epidemia no Estado, em relação aos contextos internacional e nacional, prevendo os possíveis impactos socioeconômicos das medidas adotadas pelo governo estadual. O governador Ronaldo Caiado informou que a quarentena será reavaliada em 4 de abril, quando terminam os prazos dos decretos.
Os pesquisadores concluíram que as medidas restritivas tomadas pelo governo estadual parecem ser adequadas para diminuir a velocidade de disseminação da doença, mas podem provocar impactos expressivos na economia do Estado.
No entanto, de acordo com o estudo, se as medidas forem prolongadas, de um lado podem gerar demissões, fechamento de empresas, diminuição na arrecadação de tributos, potencializando a crise econômica. Por outro, se não adotadas, podem gerar colapso no sistema de saúde pública, além de aumentar o número de óbitos pela doença.
No estudo é sugerida a avaliação de impactos econômicos das medidas adotadas e viabilizar projeções dos possíveis cenários que uma empresa pode encontrar durante e depois da situação atípica instalada pelo COVID-19.
Comparações
De acordo com a pesquisa, pelo número de focos hoje em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, o Brasil é mais parecido com o caso da Itália, pois apresenta vários focos. O levantamento destaca que a China, pelo contrário teve apenas um grande foco, a cidade de Wuhan. Isto pode explicar o sucesso do país asiático em combater o vírus, pois concentrou todos os esforços para isolar aquele único expoente.
Em Goiás, até o momento, a maior quantidade de casos do coronavírus está em Goiânia. Em um dos principais epicentros da epidemia no País, São Paulo, a taxa média de contaminação é de 28,3% ao dia. Em comparação com o cenário paulista, os números de Goiás são baixos. No entanto, os pesquisadores alertam que pode haver subnotificação dos casos. Esse número também pode refletir os efeitos da quarentena decretada pelo governo estadual.
Segundo os cientistas, é necessário conter o surgimento de novos focos para evitar uma situação próxima da Itália, no qual diversos deles dificultam a concentração de esforços.
Combate
O estudo relata a expansão de leitos de UTI para tratamento do coronavírus que pode chegar a 1,1 mil, segundo divulgado pelo governo estadual nesta quinta-feira (26).
A avaliação é de que as ações para concretizar essa política de expansão da rede de saúde são importantes. Porém, o foco de maior urgência no atual estágio de desenvolvimento da pandemia em Goiás são medidas de controle das fontes da doença, bloqueio das transmissões e prevenção da disseminação do coronavírus, conforme adotado em Wuhan no primeiro estágio da pandemia.
Verifica-se que as medidas já tomadas pelo governo estadual vão ao encontro das necessidades desse primeiro estágio da COVID-19.