“Eu não diria que não vai ter problema”, diz Caiado sobre possível falta d’água na região metropolitana
Durante a apresentação do balanço dos seis meses da Saneago no novo governo, o governador…
Durante a apresentação do balanço dos seis meses da Saneago no novo governo, o governador Ronaldo Caiado (DEM) não descartou a possibilidade faltar água em Goiânia devido à baixa vazão do Rio Meio Ponte. O anúncio feito pelo governador bate de frente com os números positivos de investimentos para este ano que a empresa anunciou na tarde desta terça-feira (15).
“Bem, eu não diria que não vai ter problema. Eu não posso afirmar. Nós assinamos um decreto de calamidade no ponto de vista do consumo da água e tendo em vista no consumo da água e da baixa que estava tendo em relação à vazão do Rio Meia Ponte. Então, esse risco hídrico nós teremos ainda em Goiânia, em Anápolis e Aparecida”, disse o governador.
Caiado destaca que, para tentar reverter esse quadro, diversas medidas estão sendo tomadas, princialmente no quesito de conscientização da população e na própria empresa. “Nós estamos esforçando para que se tenha menos vazamentos, conscientização no uso correto da água para que não exceda no consumo. Temos a obra da barragem do João Leite trazendo água para o terminal do Meia Ponte. Com isso tudo, nós temos um perspectiva extremamente positiva, mas que dizer de maneira nenhuma [faltará água] é muito arriscado”, pontua.
A situação do Rio Meia Ponte foi apresentada no balanço. De acordo com a Saneago, a vazão está em 4.865 litros por segundo, registrado no último dia 12 . A situação é um pouco melhor que a registrada no ano passado. Porém, em abril deste ano, o estado já tinha decretado de alerta hídrico nas bacias do Ribeirão João Leite e Rio Meia Ponte.
Investimentos
Conforme os dados apresentados, a Saneago estava com 26 obras paralisadas até o final do ano passado. O valor chega a R$ 429 milhões. Além disso, a nova gestão destaca que a empresa estrava com os investimentos abaixo do necessário, descompasso entre planejamento e execução das obras, ressalvas nos balanços. Além da deflagração da Operação Decantação, que apura fraudes em licitações e desvios de verbas na Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago).
Apesar disso, o balanço traz algumas medidas que levaram determinadas economias na estatal nesses seis meses. Um dos exemplos foi a diminuição de cargos de livre nomeação e comissionados. Segundo a Saneago, só isso traz economia de R$ 7,8 milhões por ano.
Outro ponto destacado para a economia é o Programa de Desligamento Voluntário, que leva o acréscimo de R$ 43 milhões por ano nos cofres da empresa. Ao todo, 139 funcionários aderiram.e Somadas, todas as medidas adotadas chegam a R$ 756,8 milhões de economia.
Ainda segundo os dados, em seis meses, 19 obras foram estão em processo de serem retomadas. Nesse mesmo período, cerca de R$ 167 milhões de obras foram entregues em vários municípios e, até o final do ano, a expectativa é que a estatal realize investimento de R$ 1,1 bilhão no sistema de água e esgoto do Estado.
Aumento da tarifa
Outro ponto apresentado foi o aumento de 5,79% nas contas de fornecimento de água e energia. Isso passou a valer a partir desta terça-feira (16), em Goiás. Todos os fornecedores terão essa porcentagem acrescida na conta, exceto as 23 mil famílias de baixa renda que fazem parte do programa Tarifa Social.
A justificativa desse aumento, segundo Caiado, é o gasto que a empresa tem com energia elétrica. “Mais de 60% do gasto da Saneago é de energia elétrica. E foi esse fator que levou ao aumento e esse aumento é percentualmente o mais baixo do país. Essa é uma realidade. Agora a Saneago busca outras alternativas para que se reverta a situação do que hoje é o motivo de maior gasto dentro da empresa”, finaliza o governador.