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Suspeito de ser servidor fantasma da Assembleia Legislativa de Goiás, o padre Luiz Augusto Ferreira, de 54 anos, negou a acusação.
Em nota, ele afirma que já atuou cumprido a jornada de trabalho de seis horas, mas depois ficou à disposição dos parlamentares para “trabalhos sociais” e tirou licenças permitidas por lei.
No texto, o pároco não especifica o período em que cumpriu a jornada na Casa ou os trabalhos realizados.
Ainda de acordo com o comunicado, o responsável pela Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, em Aparecida de Goiânia, explica que do salário que recebe como funcionário de carreira – R$ 11,8 mil – ele utiliza em benefício próprio apenas o valor referente à contribuição para o Ipasgo (Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás) plano de saúde do funcionalismo estadual e que “todo o restante” é destinado às famílias que ele ajuda diariamente e que estão sob sua responsabilidade.
Investigação
O Ministério Público também deve investigar a situação. Segundo o promotor de Justiça Fernando Krebs, um inquérito civil público será instaurado para investigar se houve improbidade administrativa e desvio de dinheiro público.
De acordo com o promotor, ele vai pedir à Polícia Civil que instaure um procedimento para investigar se também houve crime de peculato, ou seja, apropriação indevida de dinheiro público. Krebs afirma ainda que comunicará a denúncia ao Vaticano.
Confira a nota do padre na íntegra:
“Nota de esclarecimento
É normal que em uma entrevista jornalística aconteçam alguns equívocos (bons e ruins). Por esta razão, redigi este texto.
Não sou um funcionário fantasma. Durante os meus primeiros anos de Ministério Sacerdotal trabalhei na Assembleia Legislativa cumprindo a jornada estabelecida (6 horas). Posteriormente, como é permitido por Lei, fiquei à disposição de parlamentares para a realização de trabalhos sociais (assessorias). Houve um período em que tirei licença para interesse particular (sem remuneração).
Como já afirmei, do salário da Assembleia utilizo em benefício próprio o valor destinado à minha contribuição do Ipasgo. Todo o restante é destinado às famílias que estão sob a minha responsabilidade e àqueles que diariamente me pedem ajuda.
Não recebo e nunca recebi salário como sacerdote.
Pe. Luiz Augusto Ferreira da Silva.”