Operação Negociata

Evandro Magal, prefeito de Caldas Novas, presta depoimento ao MP, em Goiânia

Defesa do prefeito alega que ele é vítima de uma "devassa"; MP-GO disse que não vai se pronunciar pois o caso segue sob sigilo. Evandro é suspeito de integrar sistema de corrupção e benefício a empresários

O prefeito de Caldas Novas, Evandro Magal (PP), prestou depoimento ao Ministério Publico (MP-GO) nesta quarta-feira (10). Evandro é suspeito de liderar um sistema de corrupção, pagamento de propina e concessões de benefícios a empresários, principalmente do ramo turístico, após a deflagração da Operação Negociata. A oitiva do chefe do Executivo estava prevista para ocorrer na manhã desta quinta-feira (11), mas, a pedido da defesa, foi antecipada.

De acordo com o advogado de Magal, Leandro Silva, a audiência foi necessária para que o prefeito pudesse conciliar a agenda administrativa dele com as solicitações do MP-GO. Leandro conta que o depoimento do prefeito foi rápido, mas não entrou em muitos detalhes.

“Enxergamos que o prefeito está sendo vítima de uma devassa. Estão procurando coisas desde o início da vida dele para ver se encontra alguma irregularidade, mas não encontraram. Esse inquérito tem mais de cinco anos em aberto e nunca teve um conclusão. Todo inquérito precisa ser concluído”, pontua.

O advogado ainda diz que Evandro está “tranquilo e equilibrado” sobre as acusações. “Ele está à disposição da justiça. Até o momento, tudo não passa de especulação, pois nada foi encontrado”, ressalta. O Mais Goiás entrou em contato com o MP-GO, mas fomos informados que eles não irão se pronunciar e que o caso segue sob sigilo.

Operação Negociata

Evandro Magal e outras oito pessoas foram detidas temporariamente no dia 13 de setembro de 2018 em uma operação na Prefeitura da cidade. De acordo com o MP-GO, à época, foram cumpridos 32 mandados de busca e apreensão e 9 mandados de prisão. A operação ocorreu simultaneamente nas cidades de Goiânia, Caldas Novas, Morrinhos, Itumbiara, Aruanã, Aparecida de Goiânia e Santa Vitória/MG.

Magal foi preso no Residencial Saint Paul, em Caldas Novas. O prédio do executivo municipal e do Poupa Tempo também foram alvo da operação. Além de um gabinete de um vereador, que não teve a identidade divulgada.

O MP-GO declarou que há provas que mostram que o prefeito era líder do esquema. Entre as fraudes, estão o direcionamento de licitações a empresas, muitas delas fantasmas, que estavam ligadas com o prefeito que, em apenas um documento, aponta do rendimento de R$ 1 milhão a esses estabelecimentos, alguns até fantasmas.

Além disso, é investigada a alteração do Plano Diretor de Caldas Novas para beneficiar empresas. Há suspeita de fraude processual nos documentos apreendidos pelos os promotores. Também foram apreendidos U$ 120 mil em espécie, cheques, documentos e um revólver calibre 38.

Cinco dias depois, Evandro teve o pedido de prisão prorrogado por mais cinco dias. Ele foi solto 12 dias depois e, imediatamente, retornou ao cargo. Magal já teve a sua candidatura cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE), junto com o seu vice Fernando de Oliveira Rezende, em 2017. A denúncia, à época, realizada pelo promotor Rafael Machado de Oliveira, seria para que os dois  respondessem por abuso de autoridade, de poder político e de meios de comunicação social.