Ex-banda de músico acusado de agredir ex-mulher em Senador Canedo se manifesta sobre o caso
Segundo os demais integrantes, o motivo do fim da banda não havia sido divulgado antes "em respeito à própria vítima" das agressões
Os ex-integrantes da banda goiana Half Bridge se manifestaram sobre o fim do grupo e atribuíram a decisão à polêmica que envolve um dos membros, acusado de agressões contra a ex-esposa em Senador Canedo. Segundo os demais integrantes, o motivo do fim da banda não havia sido divulgado antes “em respeito à própria vítima” das agressões, a estudante Gabriela Batista, de 23 anos.
Ao Mais Goiás, um dos integrantes da agora extinta Half Bridge relatou que a banda havia entrado em hiato ainda antes da pandemia do novo coronavírus, mas que neste ano de 2021 decidiu se reunir para discutir sobre um documentário. Segundo o músico, poucos dias após o lançamento do projeto a banda recebeu a notícia de que um de seus integrantes havia sido preso no âmbito da Lei Maria da Penha e não contou para os demais.
“Através da própria Gabi [se referindo à Gabriela Batista] tivemos acesso às informações do que havia acontecido. Imediatamente tivemos a atitude de encerrar a s atividades da banda e demos total apoio para a Gabi”, disse o músico.
Em nota publicada nas redes sociais da Half Bridge, os músicos Igor Costa, Lucas Sapalacio, Cássio R. e Robson Rodrigues alegaram que “a banda acabou pelo motivo que todos têm acesso atualmente”, se referindo às denúncias contra o suspeito das agressões, e que o motivo não havia sido revelado antes por respeito à vítima. Ainda conforme a nota, “não houve qualquer especulação de ‘passar pano’ ou algo do tipo”.
“RESPEITE A HISTÓRIA DA BANDA! O culpado tem NOME e CPF , nós NÃO somos responsáveis pelo ocorrido, fizemos nossa parte. ACABAMOS COM A BANDA, NOS AFASTAMOS DO AGRESSOR, DEMOS TOTAL APOIO A GABI”, diz a nota.
Relembre o caso
Em entrevista recente ao Mais Goiás, Gabriela Batista contou que o ex-marido a agrediu com socos e chutes após uma discussão do casal. A mulher registrou um boletim de ocorrência em julho deste ano, mas só agora trouxe o caso a público.
A estudante disse que a decisão de expor o caso na Web foi tomada após mentiras contadas pelo ex. “Decidi tornar os fatos públicos porque, apesar de eu ser vítima, ele vinha espalhando para todos que eu era culpada. Não aguentava mais mentiras sobre mim”, afirmou.
O caso registrado na delegacia teria ocorrido no dia 15 de julho, quando, segundo ela, o ex-companheiro a agrediu com socos na costela, pernas e rosto. Ela diz que, por conta das violências, caiu em um sofá e o homem fugiu com alguns pertences. “Eu não tinha como reagir às agressões, quando ele começava a me bater eu só ficava quieta para acabar logo porque se eu falasse algo apanhava mais ainda”, lembra.
Gabriela conta que decidiu denunciar o caso à Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), mas se deparou com o marido no local. Ela mostrou as marcas das agressões e o ex-marido foi preso em flagrante. Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) também apontou que a mulher, de fato, sofreu os golpes. “Ele insiste em dizer que nem a delegada acreditou em mim, mas é mentira. Ele foi preso em flagrante”, afirma. O músico pagou fiança e foi solto.
O que diz o músico suspeito de agredir a ex-esposa
Procurado pela reportagem, o suspeito nega ter agredido a ex-mulher e afirma que “há uma clara tentativa de manipular a opinião pública” contra ele. Conforme o músico, sua prisão se deu num “procedimento padrão” da Polícia Civil no momento em que ele procurou a corporação para denunciar, segundo ele, ameaças de morte de seu ex-sogro e se deparou com amigos da ex que o acusaram de agredi-la.
“Como vivemos uma cultura de cancelamento, onde a grande maioria das pessoas não tem o caráter de ouvir os dois lados e esperar que a Justiça decida, eu me torno vítima”, disse.
Sobre a nota dos ex-integrantes da banda Half Bridge, o suspeito diz que a ex-mulher “tenta acabar com sua imagem para minar sua carreira” e que isso acabou prejudicando também a banda, o que levou ao comunicado. “Se eu fosse mesmo um agressor, como ela alega, por que não esperar a Justiça e esperar a Justiça cumprir seu papel?”, conclui.