EM 2024

Ex-presidente da Goinfra preso em operação foi exonerado por suspeita de sobrepreço em contrato de R$ 62,5 mi

À época, Vissoto alegou que estaria saindo “a pedido"

Justiça mantém prisão temporária de ex-presidente da Goinfra e outros investigados

O ex-presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), Lucas Vissoto, que foi preso durante operação da Polícia Civil nesta terça-feira (28/1), foi exonerado do cargo em abril de 2024 após a suspeita de sobrepreço em um contrato de R$ 62,5 milhões. À época, Vissoto alegou que estaria saindo “a pedido”.

O contrato que culminou com a demissão do então presidente da Goinfra havia sido firmado entre a agência e uma empresa que se comprometeu a vender adueles, que são estruturas pré-fabricadas de concreto armado. Os produtos seriam usados no programa ‘Goiás em Movimento Eixo Pontes’.

A suspeita de sobrepreço e de outros quatro indícios de irregularidades no processo licitatório, que foi realizado em dezembro de 2023, fez com que o Tribunal de Contas do Estado (TEC) decidisse pela suspensão do contrato, além de pedido de esclarecimentos, o que culminou na saída de Vissoto do cargo.

Dias antes, seis auxiliares do primeiro e segundo escalões da Goinfra tinham sido exonerados, após a suspensão de um outro contrato, de R$ 28 milhões, que estavam sob investigação da Controladoria Geral do Estado (CGE), também por suspeitas de superfaturamento.

A prisão de Vissotto nesta terça-feira (28/1), porém, refere-se à investigação referente ao contrato de R$ 28 milhões firmado para a reforma e manutenção de 26 prédios públicos de Goiás. A suspeita é de que a empresa contratada, que é do Distrito Federal, obteve diversos pagamentos irregulares antecipados, sem que as obras ou serviços fossem suficientemente realizados para justificar os pagamentos, além de fortes indícios de superfaturamento nas intervenções. Estima-se que os prejuízos iniciais ao erário público, causados pelos pagamentos indevidos, tenham sido de mais de R$ 10 milhões, estando excluído deste valor o dispêndio que o Estado ainda terá para reconstruir as estruturas que foram demolidas, mas não reerguidas pela empresa contratada.

Além do ex presidente da Goinfra, sete investigados também foram presos. Os nomes e funções deles não foram divulgados. A reportagem do Mais Goiás não conseguiu contato com a defesa de Lucas Vissoto, mas o espaço está aberto, caso queira se pronunciar.

Governo diz que está acompanhando e colaborando com as investigações contra ex-presidente da Goinfra

Por meio de nota encaminhada à imprensa, o Governo e Goiás afirmou ter sido quem detectou a suspeita de fraude, e que foi quem pediu que a Polícia Civil investigasse o caso. Veja abaixo o que diz a nota.

“Conforme divulgado pela PCGO, as suspeitas de irregularidades foram levantadas pelo próprio Governo de Goiás, por meio de seus sistemas internos de controle, e devidamente comunicadas às autoridades policiais para as providências necessárias.

  • A gestão estadual tem como premissa tolerância zero com qualquer eventual desvio de conduta no trato do dinheiro público.
  • O Governo de Goiás colaborou e seguirá colaborando ativamente com as investigações, de forma que os fatos sejam devidamente apurados e, uma vez comprovadas as irregularidades, todos os envolvidos sejam punidos com rigor.