Ex-procurador de Goiás e Carlinhos Cachoeira são acionados por corrupção pelo MP
Conforme investigações, o ex-procurador geral do Estado, Ronald Bicca, recebeu vantagens indevidas para manter funcionando esquema de máquinas caça-níquel
O Ministério Público de Goiás (MPGO) ofereceu denúncia contra o ex-procurador-geral do Estado, Ronald Bicca, e Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, por corrupção passiva e ativa, respectivamente. Segundo o órgão, as investigações que resultaram na denúncia são de fatos ocorridos entre 2011 e 2012.
Durante estes anos, Bicca atuava como procurador do Estado e, segundo as promotoras de justiça Fabiana Zamalloa e Marlene Nunes Freitas Bueno, ele residiu em uma casa de luxo em um condomínio fechado de Goiânia que foi cedida por Carlinhos Cachoeira. Por isso, o MPGO considerou que o ex-procurador recebeu vantagem indevida.
Como apontaram as investigações, Bicca utilizava seu cargo para defender interesses suspeitos de Cachoeira junto à administração pública estadual. Neste período, Cachoeira estava sendo investigado pela Polícia Federal (PF) na Operação Monte Carlo por manter uma associação criminosa que mantinha um cartel de máquinas caça-níquel.
Consta na denúncia que a organização mantida por Cachoeira contava com a colaboração de funcionários do Estado, que recebiam vantagens indevidas em troca de manter as caça-níquéis em atividade. Conforme o MPGO, há provas da PF que um dos envolvidos no esquema era Bicca.
As promotoras apontam que Bicca chegou a ser réu em ações de improbidade proposta pelo MPGO, após emitir parecer para garantir a permanência de um delegado e favorecer uma empresa de alimentos em licitações para fornecer refeições ao sistema penitenciário de Goiás, como solicitado por Cachoeira.
Procurado pelo Mais Goiás, o advogado de Cachoeira, Cleber Lopes disse não ter conhecimento da denúncia até o momento. A reportagem não conseguiu entrar em contato com Ronaldo Bicca ou sua defesa.