MP acelerou prisão do secretário de Saúde de Goiânia ao saber que ele iria viajar
Ele tiraria férias para procurar emprego, já que a gestão do prefeito Rogério Cruz termina em 31 de dezembro
O repórter da TV Anhanguera Honório Jacometto apurou que Wilson Pollara, ex-secretário de Saúde de Goiânia preso na quarta-feira (27) em operação do Ministério Público de Goiás (MPGO), voltaria para São Paulo em 1º de dezembro. “Ele pediria férias e iria para São Paulo para procurar emprego, já que a gestão Rogério Cruz (Solidariedade) terminaria em 31 de dezembro”, revelou.
Conforme o jornalista, os promotores precisaram agir e deflagrar a operação, que também prendeu outros gestores da pasta, antes da viagem. Pollara, vale citar, já foi secretário de Saúde de São Paulo durante a gestão de João Dória.
A prisão do ex-secretário e outros dois gestores da pasta, durante a Operação Comorbidade, ocorreu na manhã de quarta-feira. Segundo o Ministério Público de Goiás (MPGO), a secretaria municipal de Saúde (SMS), sob o comando de Pollara, tinha contato direto com os fornecedores da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável pela gestão de 3 maternidades na capital, e realizava pagamentos.
Operação contra Pollara
De acordo com o MPGO, Wilson Pollara e os outros investigados (Quesede Ayres Henrique que atua como secretário-executivo da pasta e Bruno Vianna, diretor financeiro da Secretaria Municipal de Saúde) formaram uma associação criminosa que favorecia empresas por meio de pagamentos irregulares – e eles próprios -, desrespeitando a ordem cronológica de exigibilidade e causando prejuízos aos cofres públicos. O esquema impactou diretamente a gestão da saúde municipal, agravando a crise no setor. Recentemente, o caos refletiu na fila das UTIs com pessoas morrendo à espera de uma vaga.
Um dos reflexos do esquema foi a interrupção de repasses financeiros para entidades do terceiro setor, como a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas, responsável pela gestão de unidades hospitalares e maternidades em Goiânia. Com um passivo de R$ 121,8 milhões junto a fornecedores, a Fundahc enfrenta dificuldades para manter o funcionamento regular dos serviços.
Além das prisões, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e determinada a suspensão das funções públicas dos três servidores. As ações foram realizadas na sede da Secretaria Municipal de Saúde, nas residências dos presos e de um empresário vinculado aos contratos investigados. Durante as buscas, os agentes encontraram R$ 20.085,00 em dinheiro na posse de um dos alvos.
Por meio de nota, a prefeitura de Goiânia destacou colaborar com as investigações e que tomará as medidas administrativas cabíveis a partir do desdobramento da apuração feita pelo Ministério Público de Goiás. Nesta tarde, inclusive, o município trocou o secretário. A nova titular da pasta é Cynara Mathias Costa.
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