Exposição na internet pode traumatizar a mulher, alerta psicóloga

Uma intensa discussão teve início desde que o ex-apresentador da TV Anhanguera, Seu Waldemar, publicou em uma rede social com mais de 900 mil seguidores, no último domingo (6), um vídeo mostrando as partes íntimas de uma moça que estava com ele. O vídeo, aparentemente feito sem o consentimento da jovem, capta o zoom de suas genitálias e de seu rosto. O vídeo foi removido, mas, para especialistas, os danos psicológicos para a vítima de uma exposição desse tipo são difíceis de serem apagados.

Segundo a psicóloga e especialista em terapia cognitivo-comportamental, Mariana Borges, o trauma gerado pelo constrangimento de ter a intimidade exposta nas redes pode desencadear uma série de transtornos e problemas psicológicos na vítima. De acordo com a psicóloga, a mulher que passa por uma situação semelhante ao do caso Waldemar pode vir a desenvolver ansiedade, crises de pânico e uma série de outras complicações emocionais.

Além disso, ainda conforme Mariana, os danos podem acompanhar a mulher por longos períodos e até pela vida toda. “É algo que não é só no aqui e no agora. É algo que tem consequências, que a mulher vai processar na mente dela e, com certeza, vai gerar danos psicológicos”, explica a especialista.

Contudo, Mariana ressalta que o modo como cada mulher é afetada e enfrenta o trauma de ser exposta dessa maneira na internet varia de indivíduo para indivíduo. “A gente não pode descartar que a mulher tem um histórico de vida, tem fatores genéticos envolvidos. Dentro da psicologia, existem essas predisposições”, esclarece.

Para a psicóloga, o mais recomendado para as mulheres que venham a enfrentar situações como essa é que procurem ajuda psicológica de um profissional da área.

O caso Waldemar

Desde que publicou em seu Instagram o vídeo que expõe o rosto de uma mulher e suas partes íntimas, Seu Waldemar tem sido alvo de uma avalanche de críticas e perdas. Desde a última segunda-feira (7), com o início da repercussão do caso, o humorista perdeu cinco contratos – incluindo o que tinha com a Tv Anhanguera – e mais de 30 mil seguidores no Instagram.

Além disso, a Polícia Civil informou, na noite de ontem (8), que instaurou um inquérito para apurar o crime de divulgação não autorizada de cena pornográfica.

Conforme a corporação, a ação penal é pública incondicionada e, portanto, independe de representação da vítima.