“Exumação do corpo de jovem estuprada em UTI não será necessária”, afirma delegado
De acordo com o titular da 9ª Delegacia de Polícia, todo o material genético já estava colhido e armazenado no Instituto Médico Legal. Administradora da UTI alega tranquilidade nos desdobramentos do fato
A exumação do corpo da estudante Susy Nogueira Cavalcante, de 21 anos, abusada na UTI do Hospital Goiânia Leste, no último dia 16 de maio, não será necessária, de acordo com o delegado à frente das investigações, Washington da Conceição. O titular da 9ª Delegacia de Polícia afirmou que a hipótese foi descartada após saber que todo o material genético necessário foi colhido e está no Instituto Médico Legal (IML).
Esses exames, segundo Washington, são necessários para verificar se houve alguma alteração ou se tinha resquício de alguma substância diferente nos órgão da jovem. “Estamos esperando o resultado desses exames para confrontarmos o formulário preenchido pelo hospital e descobrir a causa da morte da garota“, afirma o delegado.
Washington, que agora conta com o apoio de mais dois delegados para uma força-tarefa, destaca que as linhas de investigações continuam sendo as de homicídio culposo ou doloso. “Estamos verificando se houve negligência, omissão ou imperícia no atendimento dela. O laudo do médico técnico nos ajudará a concluir isso”, conta.
Até o momento, 11 pessoas já foram ouvidas e mais 40 devem prestar depoimentos nos próximos dias, entre eles, funcionários do hospital e, principalmente, da UTI, que tiveram contato com a jovem durante os 10 dias que ficou internada na unidade. Dos que já prestaram oitivas, estão o pai e a mãe de Susy.
De acordo com o delegado, os familiares afirmaram que foi a primeira vez que a filha ficou internada na unidade e que teve a necessidade de ir para a UTI após sofrer uma crise convulsiva. Além disso, reafirmaram que souberam do estupro no dia do velório da estudante.
“O pai nos contou que ela tinha prova no dia e que, assim que deixou a filha na faculdade, recebeu ligação de uma colega que ela teria passado mal. Ele retornou e, como a situação se agravou, acabou levando a jovem na unidade em questão por ser a mais próxima da universidade”, destacou.
O inquérito sobre o abuso sexual já foi concluído pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Nele, o técnico de enfermagem Ildson Custódio Bastos, de 41 anos, foi preso preventivamente após decisão judicial. Ele nega o crime.
Responsáveis pela UTI
Por meio de nota, a Organização Goiana de Terapia Intensiva (OGTI), administradora da UTI do HGL, afirmou que “todas as informações solicitadas à OGTI já foram e outras serão entregues à Polícia Civil. Os funcionários intimados serão liberados conforme solicitação da Polícia para prestarem os devidos esclarecimentos. Aguardamos com tranquilidade os desdobramentos. Não podemos prestar informações sobre o quadro clínico da paciente”, diz o texto.