A Polícia Civil e o Instituto de Criminalística apresentaram à imprensa na manhã desta quinta-feira (29) detalhes da investigação que conseguiu identificar os suspeitos de enviar, no dia 15 de julho, uma bomba para o advogado Walmir da Cunha, de 37 anos, em Goiânia. Um dos detalhes que fizeram com que os investigadores chegassem até Ovídio Rodrigues Chaveiro, que foi preso temporariamente nesta terça-feira (27) junto com seu irmão Valdinho Rodrigues Chaveiro, foi a página do perfil pessoal dele no Facebook.
Agentes da Deic conseguiram imagens do circuito de segurança de uma loja no Jardim Guanabara que mostrou quando um homem de mais de 50 anos e de boné entregou o pacote supostamente com um presente para que um motoboy o entregasse no escritório onde Walmir Cunha trabalha na Rua 15, no Setor Marista. Com as imagens, peritos do Instituto de Criminalística passaram a dar suporte à investigação.
Apesar da imagem não ser de boa qualidade, os peritos observaram que o homem que entregou o pacote tinha uma tala em um dos braços. “Nós trabalhamos a imagem e a partir de então começamos a buscar em redes sociais alguém com a idade próxima e com as mesmas características, até que no Facebook do Ovídio nós vimos uma foto dele também com uma tala no braço. Essa informação foi então repassada à Deic, que deu prosseguimento às investigações e conseguiu fazer a relação dele com o atentado”, destacou a Superintendente da Polícia Técnico Científica, Rejane Barcelos.
Além desta coincidência, a Polícia Civil descobriu ainda que dias antes do crime uma advogada do escritório de Walmir Cunha havia sido ameaçada por Valdinho. “Ele encontrou com essa funcionária em uma repartição pública e disse que todos que participaram da ação onde a filha dele perdeu a guarda do filho para o ex-marido iriam pagar caro pela dor que teriam trazido à sua família,” descreveu o titular da Deic, Delegado Valdemir Pereira.
Segundo o delegado, no dia do atentado, horas antes da encomenda ser enviada, Valdinho também ligou para o escritório e mais uma vez ameaçou Walmir. “Juntando estes relatos com outros importantes dados fornecidos pelo Instituto de Criminalística nós então tivemos a certeza e a comprovação da participação deles no crime”, acrescentou Valdemir.
O delegado disse ainda que deve concluir o inquérito e remetê-lo ao Poder Judiciário já na próxima semana. Ovídio e Valdinho, que são agentes da Polícia Federal aposentados, estão presos temporariamente por 30 dias.
A intenção do delegado, porém, é solicitar junto ao Poder Judiciário a transformação da prisão temporária deles em preventiva.
No atentado, o advogado Walmir Cunha, que perdeu três dedos da mão esquerda e sofreu várias outras escoriações pelo corpo, só não morreu porque correu e jogou a caixa fora assim que escutou um clique ao abri-la.