Greve dos Caminhoneiros

Faeg pede que estado adote medidas para evitar prejuízos provocados pela greve ao setor agrícola

Segundo dados da entidade, produtores de leite acumulam prejuízo diário de R$ 10 milhões. Total de perdas já ultrapassa os R$ 100 milhões durante a paralisação e bloqueios de rodovias

Entidade que apoiou a greve dos caminhoneiros em luta por redução dos tributos que incidem sobre os combustíveis, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) emitiu uma nota na manhã desta terça-feira (29) para solicitar ao estado que tome medidas para a interrupção do movimento. O órgão considera “danosa e prejudicial” a continuidade dos bloqueios de estradas ao afirmar que a paralisação traz “prejuízos imensuráveis” aos produtores rurais do estado e do País.

O diretor executivo do Instituto para o Fortalecimento para Agropecuária de Goiás (Ifag/Faeg), Edson Novaes, afirma que as reivindicações atendidas pelo governo federal são insuficientes.

“Atenderam algumas questões solicitadas pelos caminhoneiros, mas o Estado, até agora nada. Pedimos que o ICMS sobre os combustíveis seja reduzido para colaborar com o atendimento desses pedidos. Dizem que caminhões com perecíveis estão passando nos bloqueios, mas o vazio, para coletas os produtos não tem passagem permitida”, sublinha.

A situação, segundo ele tem gerado prejuízos milionários. “Só no caso do leite, produzimos cerca de 8 milhões de litros por dia em Goiás. Com a obstrução das rodovias, 90% dessa produção não está sendo coletada, mas descartada. Isso gera um prejuízo diário de R$ 10 milhões. Durante a paralisação, mais de R$ 100 milhões já forma perdidos”.

Simultaneamente, em torno de 35 mil cabeças de gado estão deixando de ser abatidas por dia. “Isso porque 18 frigoríficos não estão funcionando. Isso sem falar na dificuldade de obtenção de ração para granjas e demais insumos para produções agrícolas”.

Impactos

No documento, a entidade cita que aves estão morrendo por falta de insumos e que produtos hortifrutigranjeiros não estão chegando à mesa do consumidor.  Por isso, a Faeg considera este um momento crítico e prevê a “desestruturação dos setores produtivos e da economia brasileira”, em médio e longo prazos, caso o movimento persista.

Para tentar reduzir o impacto da greve, o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, solicitou que produtores e membros de sindicatos rurais retirem seus maquinários e tratores de todos os bloqueios de rodovias estaduais e federais que cortam Goiás. O que segundo o órgão já tem surtido efeito em Leopoldo de Bulhões.

Estado

Assessoria de imprensa do Estado de Goiás afirma que o titular da Secretaria da Fazenda (Sefaz) Manoel Xavier Ferreira Filho irá participar, nesta terça, de um encontro nacional de gestores da pasta em Brasília, onde uma possível redução de impostos sobre combustíveis será discutida. Uma decisão sobre o assunto deverá ser definida pelo Estado apenas após essa discussão.