Falta de insumos faz subir o preço de brinquedos e eletrônicos em Goiânia
Em Goiânia, gerentes de lojas relatam atrasos nas entregas e escassez de produtos, que acabam tendo seus preços elevados
O desabastecimento de matéria-prima em escala global já afeta o comércio de brinquedos e eletrônicos no Brasil e em Goiás e deve respingar nas compras de fim de ano. Em Goiânia, gerentes de lojas relatam atrasos nas entregas e escassez de produtos, cujos preços aumentam devido à falta de resinas plásticas e semicondutores na indústria – alguns dos insumos mais usados.
A escassez de plástica e resinas do tipo usados na fabricação desde aparelhos eletrônicos até papel-filme acontece desde o ano passado e teve como agravante a pandemia do novo coronavírus. Ao Mais Goiás, a gerente de uma das unidades da loja de brinquedos Playin’Joy em Goiânia, Dayara Marques, conta que a falta dessa matéria-prima na indústria acaba afetando todo o ciclo vendas.
“Os produtos mais procurados são os que mais estão em falta. Carrinhos e motos elétricas, por exemplo, tiveram um aumento no preço por causa da escassez de plástico. Tem muito produto que não conseguimos e muitos produtos em atraso”, diz a gerente, que já registrou atrasos na entrega de mercadorias em prazos que variam de 15 até 40 dias.
Já o gerente de uma unidade do Fujioka em Goiânia, Richarlys Maia, relata que a escassez de insumos na indústria tem afetado todo o mercado relacionado aos eletrônicos. Segundo ele, aparelhos com componentes da China, como TVs, são alguns dos mais afetados. Richarlys diz que também registrou atrasos na entrega de produtos da indústria para a loja, mas que a situação já estaria dando sinais de normalização.
Falta de insumos plásticos pode durar até 2022, diz entidade
Em uma publicação de março deste ano, a Associação Brasileira dos Distribuidores de Resinas Plásticas e Afins (Adirplast) declarou que o “cenário de desabastecimento de insumos plásticos que se tornou realidade para muitas empresas transformadoras no Brasil não é vento passageiro”.
De acordo com Laércio Gonçalves, presidente da Adirplast, é a primeira vez que são registrados tantos “acontecimentos que impactaram a produção e o consumo ocorrendo ao mesmo tempo e em um curto período”. Para ele, essa é uma crise que começou a ser desenhada no início da pandemia, “com as dificuldades de produção e a insegurança de como manter trabalhadores em operação”, podendo perdurar até o primeiro trimestre de 2022.
De acordo com a Adirplast, as incertezas externas têm afetado diretamente o Brasil, que importa historicamente 30% do consumo aparente de resinas termoplásticas, e a demora na chegada desses produtos por aqui afeta o mercado nacional, mesmo que haja notados esforços de produção local.