Família de torcedor do Goiás morto contradiz versão de policial suspeito
Além da contradição apresentada pela família, há divergências na própria versão do suspeito
A família Helênio Rodrigues Cardoso Filho, torcedor do Goiás morto depois do jogo contra o Flamengo no dia 31 de outubro, apresentou documentos à Polícia Civil (PC) que contradizem a versão do policial civil Gabriel Tortura, suspeito de cometer o crime.
No documento, apresentado à polícia pelo advogado da família, consta o depoimento de um Policial Militar da Cavalaria. Ele afirmou que Gabriel e mais três policiais civis estavam “visivelmente embriagados”. O suspeito afirmou em depoimento que não fez uso de bebida alcoólica durante o jogo. A versão do agente também não bate com uma foto encontrada pelo advogado que mostra Gabriel segurando um copo de cerveja dentro do estádio.
Além da contradição apresentada pela família, há divergências na própria versão do suspeito. No dia 1º de novembro, Gabriel afirmou durante interrogatório que escutou o barulho de um disparo e só depois percebeu que se tratava de sua arma. O disparo, então seria acidental, causado pelo susto que ele levou depois que foi atingido por uma lata de cerveja.
Entretanto, em outro interrogatório o agente afirmou que foi agredido com a lata de cerveja, sacou a arma e disparou. A ação, segundo o suspeito, foi uma atitude de defesa diante de uma agressão injusta.
A defesa do policial informou que não vai comentar o caso. A PC confirmou que os documentos apresentados pela família da vítima são verdadeiros.
Relembre o caso da morte do torcedor do Goiás
De acordo com a PM, o torcedor do Goiás estaria junto com outros torcedores do Goiás na saída do estádio após a partida. Eles, então, teriam cercado outros três torcedores rubro negros. O grupo teria exigido que os simpatizantes do time carioca retirassem as camisas que vestiam.
Ainda de acordo com a corporação, Gabriel teria sacado a arma e se apresentado como policial. Mesmo assim, ainda segundo as testemunhas, o grupo esmeraldino partiu para cima do trio. No momento em que arrancavam as camisas do grupo de amigos, o policial efetuou dois disparos e um deles atingiu o abdômen de Helênio.
Depois de ser atingida a vítima foi socorrida e encaminhada ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), mas morreu na sala de cirurgia.
O suspeito foi solto após audiência de custódia realizada no seguinte ao crime, no Fórum Criminal, em Goiânia. O juiz entendeu que Gabriel é “réu primário e que pode aplicar diversas medidas cautelares diversas da prisão ao indicado para lhe possibilitar aguardar o processo em liberdade.”
Com informações de G1.