Família procura por marceneiro que sumiu após sair com vizinho para ver peixes
Vizinho apresentou três versões diferentes à Polícia Civil. O caso é investigado
A família do marceneiro Cilas Garcia de Araújo, de 49 anos, procura pelo homem que sumiu há cinco dias, após sair com um vizinho para ver cardume de peixes, no Rio Araguaia, em Aruanã, no Oeste de Goiás. Segundo parentes, o conhecido que estava com o desaparecido voltou do passeio de canoa sozinho e não deu informações sobre o que teria acontecido. A Polícia Civil investiga o caso.
De acordo com a nora de Cilas, Dalila Rocha, o homem saiu na noite da última quarta-feira (30) e não foi mais visto. Ela diz que o sogro não sabe nadar, e, assim como o colega, havia ingerido bebida alcoólica na data do acontecido.
“Eles eram vizinhos de rancho, pois são ribeirinhos. Ele [o vizinho] chamou o Cilas para ver o cardume que estava passando na porta. Eles não eram amigos, eram vizinhos e nunca haviam saído juntos. Isso foi por volta das 19h, era para dar uma volta de canoa e voltar rápido, mas ele não voltou”, narrou a mulher.
A familiar conta que, no dia seguinte, a esposa de Cilas foi até o rancho do vizinho para procurar o marido. O conhecido, no entanto, não deu maiores informações sobre o que aconteceu. Por esse motivo, a família ligou para o Corpo de Bombeiros e foi informada de que a corporação atendeu uma ocorrência na região de um barco que havia afundado.
“O Corpo de Bombeiros falou que tinha atendido uma ocorrência de canoa afundada desse vizinho, mas que só tinha uma pessoa quando chegaram lá. Disseram que ajudaram o vizinho, guincharam o barco e o levaram para casa”, explicou Dalila.
Investigação
A Polícia Civil foi acionada para investigar o caso e chegou a interrogar o vizinho, conforme conta a família de Cilas. “Ele apresentou três versões diferentes. Primeiro disse que o Cilas não estava com ele, depois falou que o Cilas tinha pego carona com outros pescadores e, quando a polícia pressionou, disse que o Cilas afundou na água quando tentou passar para outra canoa que foi ajudar”, disse a familiar.
O delegado Junior Siqueira, responsável pela investigação, informou ao Mais Goiás que ouviu todos os envolvidos e que o conhecido realmente apresentou versões desencontradas sobre os fatos. “Ele [ o vizinho ] nos falou que o rapaz pulou da canoa para se salvar, mas ele apresenta versões que se contradizem. Ele foi categórico em dizer que o Cilas caiu no rio”, afirmou o delegado
Ainda segundo o investigador, para que as apurações prossigam, é preciso que os bombeiros encontrem o corpo de Cilas. “Com o corpo a gente consegue realizar a perícia e descobrir se houve alguma violência. Por enquanto, estamos tratando como um afogamento”, diz Siqueira.
O investigador diz ainda que não há nada que possa indicar o vizinho como responsável de algum crime, nem mesmo por omissão de socorro. “Nesse momento não dá para falar em omissão porque houve realmente esse naufrágio. Não há evidência de briga e nem nada. Esse homem também estava impossibilitado de prestar socorro, ele nadou para se salvar”, detalha o delegado.
A família lamenta o desaparecimento e cobra uma explicação. “Cilas era bem tranquilo, trabalhador, tinha amizade com todo mundo e nem gostava de pescar, foi só dar um passeio no rio. Não existe nenhum motivo para nada, os dois nem se conheciam direito, mas sei que ambos tinham ingerido muita bebida alcoólica, o dia todo. Se aconteceu algum acidente, por que ele [o vizinho] não nos pediu ajuda?”, questiona a nora do desaparecido.
A reportagem tenta contato com o vizinho e com a defesa dele para entender o que pode ter acontecido na noite do desaparecimento de Cilas, mas, até o momento, não obteve sucesso. O espaço está aberto.
Buscas
O Corpo de Bombeiros não respondeu se novas buscas serão realizadas na região do rio durante essa segunda-feira (5). O capitão Guilherme Lisita, do Corpo de Bombeiros, informou ao G1 que a corporação está realizando buscas na região e que essa procura será intensificada. Lisita também reforça que o conhecido que estaria com Cilas deu duas versões sobre o ocorrido.
A família cobra com urgência uma busca mais rápida do trabalhador. “São 5 dias e até agora nada. A gente não tem mais esperança de encontrá-lo vivo, porque ele [ Cilas ] não sabia nadar. Mas, queremos saber o que aconteceu!”, cobra a nora.