ISOLADOS

Familiares cobram retorno de visitas a detentos de Goiás

Visitações foram suspensas em março deste ano por conta da pandemia do novo coronavírus

Familiares de detentos do Sistema Prisional de Goiás cobram o retorno de visitas aos reeducandos do Estado. Por conta da pandemia da covid-19, as visitações foram suspensas em março deste ano. Há oito meses sem ver os detentos, parentes relatam agonia e descaso do poder público.

Uma familiar que preferiu não ter o nome divulgado afirma que, desde o início da pandemia, as famílias estão sem receber notícias dos detentos. “A Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) só nos empurra com a barriga. Disse que as portas estariam abertas para os parentes, mas nunca mais nos atendeu para dar informações sobre o retorno das visitas”, criticou.

A mulher relata que liga para a DGAP semanalmente, mas não consegue obter qualquer informação. De acordo com ela, no início de outubro, foi divulgado que as visitas seriam liberadas com restrições, via parlatório e com distanciamento de 2 metros. Ela alega, no entanto, que não houve autorização ainda.

“Liberaram até as caravanas da 44. Toda semana tem ocorrido reuniões políticas. Visita a preso não é favor, é direito. Está na Lei de Execução Penal. A gente clama por socorro. Ninguém ajuda a gente. Ser familiar de Preso não é crime”, afirmou.

Ainda de acordo com a mulher, nem mesmo a entrega de cartas está sendo permitida no Núcleo de Custódia e na Casa de Prisão Provisória (CPP) feminina, no Complexo Prisional de Aparecida. “Nos fazem de palhaças. Se falam em visitas com distanciamento e parlatório por que demoram tanto tempo para liberar? A gente aceita a ver nossos parentes separados por vidro e com distanciamento desde que a gente os veja”.

Outro lado

Em nota, a DGAP disse que qualquer manifestação da sociedade para administração penitenciária pode ser protocolo por meio da Ouvidoria Setorial da Secretaria de Segurança Pública (SSP) pelo número (62) 3201-1212 ou via endereço eletrônico ou site CGE, para que sejam observadas, apuradas e respondidas oficialmente aos interessados.

Dados divulgados no site da administração penitenciária apontam que 1.590 detentos foram contaminados pela covid-19. Deste número, 1.321 estão curados, 253 estão em isolamento e um detento está internado. Sistema prisional registrou 5 óbitos causados pelo novo coronavírus.