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Familiares denunciam que corpos de casal de idosos mortos em acidente no sábado ainda não foram liberados pelo IML

Família relata que o Instituto Médico Legal de Anápolis não enviou o material genético à Goiânia para que a identificação seja feita

Familiares de um casal de idosos mortos em acidente no último sábado (9) na GO-330 afirmam que até o momento não puderam velar seus entes. Isso porque os corpos de Valdomiro André de Sousa Silva, de 67 anos, e da esposa dele, Maria de Fátima Evarista da Silva, ficaram carbonizados e foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Anápolis, que até o momento não os liberou.

“Precisamos fazer o sepultamento para dar um descanso tanto para a família quanto para estas pessoas que se foram, estamos de mãos e pés atados”, afirma Luís Júnior, sobrinho das vítimas.

De acordo com Luís, a família vem tendo respostas diferentes do IML todos os dias. “Nos disseram que iriam colocar um produto para identificar os corpos pelas digitais. Depois falaram que não deu certo pois estavam muito carbonizados. Sendo assim, teriam que encaminhar o material para Goiânia”, conta. Entretanto, ele conta que o Instituto só recolheu o material na terça-feira (13), mas ainda não enviou à capital. “Disseram que não enviaram por falta de combustível para as viaturas”, finaliza o sobrinho.

Já o IML, por meio do 10º Núcleo Regional de Polícia Técnico-Científica de Anápolis, afirmou que o material foi enviado à capital nesta quarta-feira (14). “A liberação de qualquer corpo é feita apenas após a identificação. Esta pode ser realizada por meio de DNA, arcada dentária e por digitais”, explica Pedro Arcanjo, perito criminal e coordenador do núcleo científico de Anápolis.

Ele diz ainda que na unidade pela qual é responsável trabalham apenas com identificação digital, e como não foi possível obterem certeza, tiveram que encaminhar o material para Goiânia para tentarem identificar os corpos através das outras modalidades citadas acima.

Quanto às informações dadas à família, Pedro diz que não houve mudança no que foi falado, como relatou Luís. “Foi apenas uma primeira tentativa que fizemos pra evitar de passar para o DNA, que foi a hidratação da pele pra poder fazer o levantamento papiloscópico. Como não deu certo, eu mesmo recolhi o material para enviar a Goiânia”, afirma.

Segundo o perito, o processo é complexo e por isso não há previsão para liberação à família. “Não existem dúvidas a respeito de quem são as vítimas, contudo precisamos de provas científicas. É uma burocracia necessária e a família já foi informada a respeito”, diz.

Acidente 

Valdomiro e Maria de Fátima Evarista da Silva estavam em um VW Fusca e seguiam na GO-330 quando, em uma manobra para entrar no distrito de Veniápolis, foram atingidos na lateral por um caminhão que vinha em sendito contrário. O carro pegou fogo e as vítimas morreram carbonizadas. O caminhoneiro não se feriu.

*Larissa Lopes é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo