Farmacêutico preso por vender remédio do Paraguai em Trindade é solto após audiência
Advogado de Nei Rezende da Costa, Aderson Borges Rezende disse ao Mais Goiás que o caso está em estudo detalhado dos fatos
O dono de uma drogaria preso por venda de medicamentos contrabandeados do Paraguai durante uma fiscalização de rotina da Vigilância Sanitária em Trindade, na quarta-feira (27), foi solto após audiência de custódia. O juiz Felipe Morais Barbosa concedeu a liberdade provisória ainda na quinta-feira (28).
“No presente caso, não houve requerimento para conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva. Sendo assim, a concessão de liberdade provisória é medida que se impõe”, observa o magistrado, que condicionou a soltura de Nei Rezende da Costa, que também é farmacêutico:
- Manter o endereço atualizado e comparecer a todos os atos em que for convocado;
- Comparecimento BIMESTRAL em juízo para informar e justificar suas atividades, até o dia 10 do mês.
Ao Mais Goiás, o advogado de Nei, Aderson Borges Rezende, disse que o caso está em estudo detalhado dos fatos. “Brevemente teremos uma posição quanto ao processo iniciado.”
O portal também tentou contato com o Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CRF-GO), mas não teve sucesso. À TV Anhanguera, o CRF disse que vai investigar o farmacêutico, que pode até perder o registro profissional.
Nei vai responder em liberdade pela venda de medicamentos falsificados ou adulterados e posse irregular de arma de fogo.
Prisão
Sobre a prisão, durante a inspeção, a polícia encontrou medicamentos controlados armazenados sem a devida receita médica, violando as normas de regulamentação sanitária. Além disso, foram encontrados oito frascos abertos de hormônios de testosterona na sala de injetáveis, todos provenientes do Paraguai e sem registro na Anvisa.
Após a descoberta das irregularidades, a 1ª Delegacia Distrital de Polícia de Trindade foi acionada para investigar a situação. Durante a abordagem, os policiais também encontraram uma arma de fogo não registrada na farmácia, o que levou à prisão do proprietário que pode enfrentar acusações de posse irregular de arma de fogo, além de ser responsabilizado por corrupção, falsificação e adulteração de produtos destinados a fins terapêuticos e medicinais.
Segundo o órgão, a venda de medicamentos controlados exige a retenção das receitas médicas, enquanto os medicamentos de laboratórios estrangeiros precisam de autorização da Anvisa para serem comercializados no Brasil. A falta de regulamentação e controle dessas substâncias pode representar um risco à saúde da população, especialmente porque não há garantia de que as substâncias utilizadas na fabricação dos medicamentos tenham sido devidamente testadas e aprovadas para uso seguro.
A investigação continua para apurar a extensão das irregularidades encontradas na farmácia e identificar possíveis outras práticas irregulares.