Farmácia é interditada por vender medicamentos tarja preta e anabolizantes sem receitas, em Goiânia
Proprietário não foi encontrado no local. Segundo funcionários, ele quem recebia os clientes e realizava as negociações em uma sala secreta no fundo da drogaria
Uma farmácia localizada na Avenida 85, no Setor Sul, foi interditada na manhã desta quarta-feira (10) por revender remédios de tarja preta e anabolizantes sem prescrição médica. A ação teve a participação da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), Vigilância Sanitária Municipal de Goiânia e Conselho Regional de Farmácia (CRF), com apoio do Centro de Apoio Operacional (CAO) do Consumidor do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO).
De acordo com o delegado Frederico Maciel, coordenador da ação, o local tinha permissão legalizada para a comercialização de medicamentos. Porém, o local contava com uma sala escondida nos fundos do estabelecimento, onde era realizada a transação com consumidores de forma ilegal. “A sala das negociações ficava atrás de um tapume de madeira e era utilizada com o intuito de burlar as fiscalizações no local”, destaca.
Ainda segundo o delegado, cerca de 100 caixa de medicamentos psicotrópicos (tarja preta) e anabolizantes foram apreendidos. No local, os agentes também localizaram receitas médicas em branco. “Em uma farmácia regular isso não pode acontecer. A receita tem que estar devidamente preenchida com dados do cliente e na responsabilidade de um farmacêutico, profissional que não tinha no local”, comenta Maciel.
Na hora da busca, haviam quatro funcionários na farmácia. Eles informaram que o proprietário estava viajando e teve a sua identificação preservada pela polícia. Todos foram ouvidos e liberados. “Eles relataram que as práticas aconteciam há quatro anos e que o próprio dono é quem recebia os clientes e realizava as vendas. Após prestarem depoimentos, eles foram liberados já que não têm comprovações de participações dos mesmos no crime”, relata Maciel.
De acordo com o delegado, o dono do estabelecimento poderá responder por crime contra saúde pública e por tráfico de drogas, pela revenda dos psicotrópicos sem receita. Se condenado, poderá pegar até 30 anos de prisão pelos dois crimes.