FBI e embaixada dos EUA querem informações sobre denúncias contra João de Deus
Autoridades entraram em contato com Polícia Civil de Goiás para pedirem informações sobre cidadãos americanos que foram até Abadiânia
A Embaixada dos Estados Unidos em Brasília e o FBI, a polícia federal americana, buscaram a Polícia Civil de Goiás para fazer o intercâmbio de informações relacionadas às vítimas do médium João Teixeira de Faria, o João de Deus.
Segundo os investigadores brasileiros, os órgãos norte-americanos também teriam recebido denúncias de mulheres que foram abusados pelo líder religioso. Isso porque há um grande fluxo de estrangeiros na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), onde o médium realiza os atendimentos espirituais.
Além disso, os Estados Unidos estariam interessados em receber detalhes dos supostos casos que envolvem norte-americanas no Brasil.
“Semana passada a embaixada dos Estados Unidos fez contato com a Polícia Civil. Eles manifestaram interesse em uma reunião em Brasília por causa de algumas manifestações que eles receberam lá e também para denotar se há cidadã americana como vítima”, afirmou o delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes.
Até agora, o Ministério Público recebeu mais de 500 relatos de abuso sexual que teriam sido cometidos por João de Deus. Outros 30 casos já foram formalizados por meio de depoimentos colhidos presencialmente nos Estados.
A expectativa é que essas informações sejam compartilhadas numa reunião entre os órgãos brasileiros e norte-americanos na semana que vem, em Brasília.
CASO
O caso de João de Deus ganhou repercussão nacional depois que ao menos 13 mulheres acusaram o médium de tê-las abusado sexualmente durante tratamento espiritual.
As denúncias foram feitas no sábado (08), no programa Conversa com Bial e no jornal O Globo. No domingo (09), O MP-GO informou que já havia investigações abertas ao menos desde junho deste ano para apurar as suspeitas.
O médium se entregou à polícia no último domingo (16). Ele prestou um depoimento de três horas na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Goiânia, negando ter cometido abusos contra fiéis.