Fechamento do IEG causa revolta em estudantes
A Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce) anunciou, na tarde desta terça-feira…
A Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce) anunciou, na tarde desta terça-feira (15), que em 60 dias, a nova sede será o Instituto de Educação de Goiás (IEG), no Setor Universitário. O fechamento do Instituto tem causado revolta em estudantes, que serão remanejados para outras instituições conforme a série em que estudam.
Atualmente, são 202 alunos matriculados no IEG para o ano letivo de 2019, que tem início na próxima segunda-feira (21). Aluno do 2° ano do IEG, o jovem Zedequias Pinheiro disse que foram pegos de surpresa e que todos ainda estão “nocauteados” com a notícia. “Não nos comunicaram formalmente. Muitos souberam do fechamento por meio das redes sociais”, contou.
Estudante do 3° ano do Ensino Médio, Gracielly Karolyne confirma que a comunidade escolar não foi consultada para a tomada de decisão da Seduce. “Temos um carinho muito grande por essa escola. Nós somos uma família. A infraestrutura é muito boa. Os profissionais e a gestão são ótimos e nos auxiliam bastante. Estamos sem saber para onde vamos e como vamos nos adaptar em outro lugar”, disse.
Segundo a a secretária da Seduce, Fátima Gavioli, os estudantes não ficarão prejudicados e todos serão normalizados nas novas escolas até o início do ano letivo. A mudança não afetaria a qualidade de ensino, já que há uma diretriz estadual a ser seguida em todas as instituições.
Segundo a Seduce, os alunos de nível médio poderão optar pelo Colégio Pré-Universitário (Rua 240, no Setor Universitário), e o Colégio Estadual Olga Mansur (Rua 243, Vila Montecelli). Já para os estudantes do ensino fundamental, as opções são o Colégio Estadual Dom Abel SU (Rua 260, Setor Leste Universitário), de tempo integral; e o Colégio de Aplicação do IEG, que funciona em área anexa ao prédio do Instituto de Educação de Goiânia.
Mudança
Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (16), a secretária afirmou que a mudança é uma questão de sobrevivência. “Não temos mais dinheiro para pagar aluguel. Essa é a realidade”, disse. A geraria economia de R$ 500 mil para os cofres públicos já que o atual prédio, na Avenida Anhanguera, no Setor Oeste, é alugado.
Além de ser um processo difícil para alunos e professores, também não será fácil para os servidores da Seduce, explica a secretária: “nossa estrutura aqui (local atual) é bem maior. Terei que fazer um corte de mais de 50%. Teremos que garantir os mesmos serviços com a metade do nosso quantitativo atual. Não será fácil para ninguém”.
Dívidas
De acordo com Fátima, outras soluções foram pensadas, mas a mudança da sede da Seduce para o prédio do IEG foi a melhor opção. “Temos dívidas de merenda e transporte escolar que chegam a R$ 5 e 86 milhões, respectivamente. É preciso gerir com menor capacidade de recurso e fazer mais com isso”, afirmou.
Ainda segundo a secretária, o corte pode garantir o pagamento do auxílio alimentação, que deixou de ser pago aos servidores da educação por falta de recursos. O custo anual é de R$ 6 milhões. Anualmente, R$ 7 milhões seriam gastos com o aluguel do prédio. “Não deixarei crianças sem aula. Não deixarei professor sem modulação. Só preciso me organizar porque não tenho mais dinheiro. Não temos mais recurso para manter este prédio”, frisou.