“Felicidade indescritível”, diz mãe de siamesa que recebeu alta em Goiânia

Uma mistura de felicidade e alívio compõe os sentimentos da baiana Liliane Silva nesta sexta-feira (12). A mulher é mãe das gêmeas siamesas Laura e Lais Silva e a notícia de alta hospitalar de uma das pequenas deu mais ânimo e força para que ela continue a jornada pela recuperação de ambas. Crianças, de 1 ano e 6 meses, nasceram unidas uma à outra e passaram por cirurgia de separação há cerca de 17 dias. Momento foi marcado por grande emoção.

Laura recebeu alta após “recuperação surpreendente” de um procedimento considerado complexo e de risco. A irmã Lais ainda segue internada em uma UTI. A menina está bem, mas necessita de observações diárias e ainda não tem previsão de alta.

“É um momento que não tem como descrever. É uma felicidade indescritível e só o começo. Um pedaço de mim, que é a Laís, ainda está ficando no hospital, mas volto para buscá-la da mesma forma como estou levando a Laura nos braços, sorrindo e agradecendo a Deus por essa vitória”, disse.

Liliane conta que tem se surpreendido com a rapidez na recuperação de Laura. “Está sendo tudo muito rápido com ela. Estamos todos surpresos. Não imaginava vê-la bem em tão pouco tempo”. Sobre a recuperação de Laís, a mulher afirma que “tudo tem um tempo certo”. “Ela já se recuperou de muita coisa e está muito bem, vai se recuperando aos poucos. Vamos dar o tempo dela”, afirmou.

A mulher define as crianças como “guerreiras” e sinônimo de vitória. “São duas guerreiras que têm me dado uma força incrível. Todos os dias procuro ânimo e força e quando olho para elas me sinto forte e com esperança de que vai continuar dando tudo certo”.

Sem complicações

De acordo com Zacharias Calil, médico pediatra responsável pela separação das irmãs, Laura teve recuperação surpreendente. “Ela está se recuperando bem, praticamente sem complicações. Recebe alta, mas vai ser acompanhada por nós na Casa de Apoio onde deve ficar até a saída da irmã”.

Conforme o médico, a pequena Lais necessita de maiores cuidados e permanece internada. Ele explica que a criança era dependente do organismo da irmã, e, por isso, teve uma complicação no 4º dia do pós-operatório.

“As duas eram muito interligadas e realmente a Lais sentiu a separação. Ela está acordada, consciente e até se emocionou ao ver a irmã ir embora. Isso vai dar um estímulo a mais na recuperação. Ainda não há previsão de alta, pois é uma patologia complexa. A melhora dela é lenta e progressiva”.