Filha de idosa denuncia abuso e maus-tratos em hospital onde Suzy foi estuprada, em Goiânia
Segundo ela, a mãe reclamava que passava frio e ficava nua. Conforme alega a idosa, um funcionário teria colocado algo nas partes íntimas dela
A Polícia Civil investiga mais uma denúncia de abusos sexuais e maus-tratos na UTI do Hospital Goiânia Leste, unidade em que a jovem Susy Nogueira, de 21 anos, ficou internada e foi estuprada. O caso foi levado à polícia pela filha de uma idosa de 80 anos no último dia 31 de maio. A Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) da capital investiga a denúncia.
Conforme a delegada Paula Meotti, o caso segue sob sigilo e, por isto, detalhes sobre a investigação não podem ser revelados no momento. Ao G1, a filha da idosa, que preferiu não ser identificada, relatou que a mãe deu entrada na unidade no dia 17 de dezembro em razão de um acidente vascular cerebral (AVC) e ficou até 6 de janeiro. De acordo com ela, os 20 dias no local foram marcados por muitas reclamações da paciente.
“Ela falava que estavam judiando dela, que passava frio, ficava nua e reclamava do banho que era dado por um enfermeiro. Disse também que um dia colocaram algo nas partes íntimas dela. A gente não acreditava porque pensava que minha mãe estava divagando por causa da medicação”, disse.
Segundo a mulher, não é possível afirmar que o suspeito de estuprar a estudante de arquitetura, Ildson Custódio Bastos, teria cometido o mesmo crime contra a mãe dela. No entanto, a denunciante não descarta a possibilidade. “Depois que eu vi o caso da outra idosa, eu me preocupei. Eu quero que puxem as imagens para ver se aconteceu algo. Estou fazendo o meu papel de filha em denunciar”, afirmou ao veículo.
Ainda conforme alega ela, a polícia informou que irá ouvir outras pessoas sobre o caso, inclusive familiares da idosa e servidores do hospital.
Por meio de nota, a OGTI, empresa responsável pela administração da UTI, afirmou que até o momento não recebeu das autoridades nenhum pedido de informação sobre o caso. De acordo com o texto, “caso haja alguma solicitação, a empresa colaborará com a Polícia Civil”.
Outros casos
Esta é terceira denúncia de abuso sexual envolvendo a UTI do Hospital Goiânia Leste. A primeira refere-se ao caso da estudante de 21 anos que morreu enquanto estava internada no hospital. Antes da morte, a vítima teria relatado a uma enfermeira que tinha sido abusada sexualmente por um técnico em enfermagem que trabalhava no local. Uma força-tarefa foi criada para apurar o que causou a morte da jovem.
Um dia após o caso ganhar destaque na imprensa local, a neta de uma idosa denunciou que um funcionário teria “falado palavras grosseiras” e tocado nos genitais da vítima. A mulher ficou na unidade entre os dias 12 e 23 de dezembro de 2018. Ela faleceu cinco dias depois de ficar internada no hospital.