Filha de idoso morto em drogaria consegue medida protetiva contra suspeito do crime
Jovem teve um relacionamento de 1 ano com Felipe Gabriel Jardim, suspeito de matar o pai dela
Kennia Yanka, filha do policial civil aposentado que foi assassinado dentro de sua farmácia, em Goiânia, conseguiu na Justiça uma medida protetiva contra o ex-namorado, que também é o suspeito do crime. A jovem teve um relacionamento de 1 ano com Felipe Gabriel Jardim Gonçalves, que foi repleto de abusos psicológicos e situações de violência.
“No início se mostrou uma pessoa maravilhosa, mas depois foi se mostrando um monstro, abusivo. Ele me batia, colocava arma na minha cabeça e ameaçava, que se eu largasse ele iria matar toda minha família”, diz Kênnia. Segundo a mulher, o ex-namorado falava em matar o filho dela, de 4 anos, que é fruto de outra relação. “É o pior pesadelo que alguém poderia viver”, lamenta.
Na terça-feira (28), um dia após o crime, a juíza Jordana Brandão concedeu medidas protetivas para Kênnia, com o intuito de garantir a segurança dela. Entre as determinações estão a “proibição de se aproximar” da vítima e de manter contato com ela ou com um dos familiares. Além disso, a magistrada determinou a suspensão do porte e posse de arma de Felipe.
Família temia pela vida da filha
Kênnia relata que sua mãe havia pedido para ela terminar o namoro com Felipe em algumas ocasiões, após saber o histórico de violência do rapaz. “Minha mãe sentia. Ela falava: ‘Por favor minha filha, larga esse homem’. Só que eu não conseguia porque tinha medo dele”, relatou.
No final de semana passado, João do Rosário Leão, pai de Kênnia, denunciou o genro à polícia por ameaçar sua filha. Essa denúncia aconteceu após uma discussão entre o casal, no qual o suspeito apontou uma arma para o idoso e também para Kênnia. Inclusve, a denúncia de João do Rosário teria causado a ira do suspeito, que o matou.
Vale citar, que esse foi o dia em que o pai de Kênnia viu pela primeira vez o Felipe sendo agressivo e apontando a arma para a filha.
“Ele começou a gritar comigo e meu pai falou: ‘você não gritar com ela não’. Ele já pegou a arma e atirou para cima. Na mesma hora já apontou para o meu pai. Eu entrei na frente e ele ficou com a arma na minha cara”, relata a jovem.
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Suspeito responde a processos de ameaça e violência contra a mulher
De acordo com o Tribunal de Justiça de Goiás, Felipe Gabriel é réu em um processo por ameaça, que foi registrado na comarca de Aruanã, em novembro de 2020. Na ocasião ele portava um simulacro de arma de fogo.
Já em janeiro de 2021, uma mulher com quem ele se relacionava conseguiu medidas protetivas contra ele, baseadas na Lei Maria da Penha. Informações da Polícia Militar (PM) apontam que esse pedido aconteceu porque, no mês anterior, Felipe Gabriel teria agredido a mulher após uma festa, por uma crise de ciúmes.
Também há registro em Goiânia de que o jovem responde judicialmente por crimes contra a fé pública, supressão de documentos, crimes contra a liberdade pessoal, ameaça e violência doméstica contra a mulher, crimes datados em março de 2021.
Felipe Gabriel foi preso, na noite desta quarta-feira (29), em Goiânia, pela morte do ex-sogro.