Em Depoimento

Filha do DJ Quirino diz que mandou matar o pai porque era ameaçada

DJ Quirino foi executado em novembro do ano passado em Goiânia pelo namorado da filha adolescente, que também é menor de idade

Um adolescente de 15 anos, segundo a polícia, foi quem executou a tiros, na Vila Boa Sorte, em Goiânia, o DJ Elpídio Quirino dos Santos Filho, de 41 anos. O crime, perpetrado na noite do último dia 25 de novembro, teria sido encomendado pela filha da vítima, que tem 16 anos, e é namorada do executor.

DJ Quirino, como era mais conhecido em Goiânia, foi morto a tiros no momento em que chegava de carro na casa da mãe dele, junto com a filha. Um jovem que estava encapuzado foi quem efetuou os disparos, e em seguida fugiu em um carro, onde era aguardado por dois comparsas.

“Na ocasião, a adolescente afirmou que o pai havia sido morto por assaltantes que tentaram roubar o celular e a carteira dele, mas depois de encontrarmos várias contradições no depoimento, descobrimos que a própria filha foi quem arquitetou o crime. Quando localizamos ela e o namorado no mês passado em Caldas Novas, para onde haviam se mudado, a garota disse que mandou matar o pai porque ele batia nela e na mãe, ameaçava matar as duas, e depois cometer suicídio”, contou o delegado Marco Aurélio Euzébio Ferreira, adjunto da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH). Apesar das alegações dela e da mãe confirmar essas ameaças, não há qualquer registro de ocorrência na polícia em relação a estes fatos.

Para cometer o crime, a adolescente relatou que como sabia que o pai guardava muito dinheiro em casa, furtou R$ 5 mil, e repassou para o namorado, que comprou um carro e um revólver calibre 38. Além de apreender os dois menores, e ouvir um terceiro adolescente que também estava no carro — que aparentemente não participou diretamente da execução –, o delegado pediu, e a Justiça decretou a Prisão Preventiva de Franklin de Paula Vieira, de 25 anos, que era quem dirigia o veículo usado pelo assassino.

A mãe da garota ajudou a polícia a desvendar o crime, e segundo o delegado, não teria envolvimento no assassinato. “A garota contou para a mãe no dia do crime que foi quem encomendou o assassinato, e ela não nos furtou a relatar isso quando foi ouvida. Por esse motivo, e devido ao fato de não termos encontrado nada que a relacionasse com o crime durante as investigações, ela não será indiciada”, concluiu Marco Aurélio Euzébio.