Saúde

Fim do contrato da ACCG com o Imas atinge 40 pacientes por semana

A dívida do instituto com o Hospital Araujo Jorge é de R$ 1,03 milhão. O impasse atinge pacientes que realizam quimioterapia e radioterapia

A Associação de Combate ao Câncer de Goiás (ACCG), responsável pela administração do Hospital Araujo Jorge, rescindiu o contrato com o Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (Imas). De acordo com o diretor financeiro da ACCG, Márcio Roberto Barbosa, a dívida de R$ 1,03 milhão do instituto com a associação tornou-se insustentável.

Diante disso, o atendimento a cerca de 40 pacientes que realizavam tratamento quimioterápico e radioterápico na unidade foi suspenso. Barbosa explicou que a dívida é referente a um mês de 2014 e três meses de 2016. “Tentamos negociar a situação. No início do ano passado, nós notificamos o instituto de que, se a dívida não fosse paga, iriamos suspender o atendimento. Em janeiro deste ano, deixamos de atender novos pacientes do Imas. Há dois dias, rescindimos o contrato”, explicou o diretor.

Ainda de acordo com Barbosa, a administração do Imas fez o compromisso de realizar o pagamento em maio, o que não aconteceu. “Depois, ainda nos bloquearam no sistema, impedindo que registrássemos faturas de cobrança”, afirma Barbosa.

Além disso, o diretor afirma que a ACCG deseja rever a tabela de pagamento do Imas que, segundo ele, não é atualizada desde 1992. “Os valores são insuficientes para cobrir os gastos com determinados materiais e medicamentos”, disse Barbosa.

Ministério Público

Por nota, a Prefeitura de Goiânia informou que o Imas encaminhou ao Centro de Apoio Operacional da Saúde, do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), pedido de providências do órgão ministerial a fim de garantir o atendimento de pacientes credenciados do instituto que estavam em tratamento no Hospital Araújo Jorge.

O presidente do Imas, Sebastião Peixoto, diz que não há razões para a suspensão dos atendimentos, uma vez que a atual gestão municipal está totalmente adimplente com o hospital e que já havia iniciado as tratativas com a ACCG para regularizar o pagamento dos repasses em aberto referentes à gestão anterior.

“O hospital não pode recusar o tratamento àqueles pacientes que já estavam em tratamento. Não é uma decisão discricionária dos dirigentes da unidade, mas uma questão de respeitar e assegurar à vida às pessoas que necessitam do tratamento. É antes de tudo, uma obrigação”, declarou Peixoto. A ACCG informou que ainda não foi notificada pelo MPGO.