Financiador de roubos do PCC morto em Goiás era um dos “mais perigosos do país”, afirma PM
Conhecido como “cangaceiro do PCC”, José do Carmo Silvestre possuía mais de 20 antecedentes, a maioria por roubos a bancos e a transportadoras de valores
O homem apontado como financiador de roubos do Primeiro Comando da Capital (PCC), José do Carmo Silvestre, o “Pintado”, 54, era “um dos criminosos mais perigosos do país“, segundo a Polícia Militar (PM) de Goiás. Ele foi morto em confronto com agentes da corporação na noite desta terça-feira (10), entre Cristalina e Luziânia, após atirar contra equipes diante de tentativa de abordagem.
De acordo apresentação do caso realizada pela PM nesta terça-feira (11), Pintado, também conhecido como “Cangaceiro do PCC”, tinha ficha criminal com mais de 20 crimes praticados, a maioria por roubos a bancos e transportadoras de valores, que lhe renderam ao menos uma condenação.
A primeira anotação criminal ocorreu em 1996, por roubo. Um ano depois, ele foi preso e indiciado por homicídio, e, a partir de então, segundo a polícia, passou a comandar grandes roubos a bancos e a transportadoras de valores, em diferentes cidades do Brasil.
Pintado tornou-se financiador do PCC ainda na década de 1990
Investigações mostram que Pintado passou a financiar ações de roubo do PCC ainda na década de 1990. Nesse período, foi chamado de “cangaceiro” da facção. Além da ousadia e violência com que praticava os delitos – e ensejaram o apelido -, o criminoso também chamou a atenção pela facilidade com que escapava de presídios.
Em 1993, por exemplo, oito bandidos armados com fuzis e metralhadoras renderam dois PMs e o libertaram de uma unidade hospitalar em Piracicaba, no interior paulista, onde estava sob custódia.
Durante 12 anos, entre 2008 e 2020, Pintado ficou foragido da justiça. Atualmente, porém, estava em liberdade condicional.
Cangaceiro do PCC foi morto em confronto com PMs na BR-040, em Cristalina
Quando abordado na noite de ontem na BR-040, o condenado, segundo a PM, usou uma pistola para atirar contra as equipes de Rotam. Dentro da camionete que ele dirigia, policiais apreenderam arma de fogo, um colete balístico, um aparelho Jamer – que bloqueia o sinal de rastreadores – e alguns explosivos. Os artefatos foram detonados, em um local seguro, por militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Lavagem de dinheiro e comando de assaltos a distância, a partir de Goiás
Quando prenderam o então foragido em 2020, policiais de Goiás e do Ceará apuraram que ele havia aberto várias empresas em nomes de laranjas, as quais serviriam para “lavar” o dinheiro obtido em crimes praticados em diferentes cidades do Entorno do Distrito Federal. Naquela ocasião, Pintado morava com uma goiana, com quem havia se casado.
Levantamento feito pelo Serviço de Inteligência da PM de Goiás, incica que o condenado, que tentava se passar por um cidadão comum, morando no interior de Goiás, teria comandado este ano, à distância, pelo menos três grandes roubos em São Paulo.