Reabertura de lojas em Goiânia é “tardia, mas providencial”, diz Fecomércio
Prefeito Iris sinalizou possibilidade pela abertura do comércio em decreto que deve ser editado até a próxima segunda-feira
“Tardia por parte da prefeitura, mas providencial por parte do prefeito Iris Rezende (MDB).” Essa é a avaliação do presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio), Marcelo Baiocchi, sobre a sinalização do gestor municipal sobre a flexibilização do comércio. Como antecipado pelo Mais Goiás, Iris pretende editar, até a próxima segunda-feira (22), um decreto sobre o tema. O anúncio foi feito após a Câmara declarar que faria um decreto legislativo pela abertura.
“Não foi uma ação orquestrada”, explica Baiocchi ao ser questionado se o segmento comercial se uniu à Casa de Leis nessa forma de pressão. “Partiu da Câmara. Os vereadores estão vendo o sofrimento dos empresários e eleitores. E eles têm muitos eleitores precisando de cesta básica. Então, o problema do desemprego reverberou por lá.”
Ainda sobre o parlamento da capital, ele diz que apenas foram pedidos os planos de retorno elaborado pelo segmento, que já estavam, inclusive, com a prefeitura há 90 dias, segundo o presidente. “Lá, na prefeitura, não tivemos nenhuma resposta sobre isso.” Para Baiocchi, se Iris não assumisse a responsabilidade, a flexibilização não sairia.
Vale lembrar, que a Câmara de Goiânia paralisou a propositura de seu decreto legislativo, uma vez que o prefeito se comprometeu a elaborar um texto, com o apoio dos vereadores, até a próxima segunda. Porém, se Iris não cumprir com a palavra, a Casa de Leis pode voltar a tocar o projeto.
Recuo
Vale lembrar que houve um indicativo de abertura de shoppings e da região da 44 em 6 e 13 de junho. Porém, com a justificativa da falta de leitos de UTI na capital, houve recuo. O anúncio foi feito no dia 5 pela secretária municipal de Saúde, Fátima Mrué – o que foi amplamente criticado. Na ocasião, ela afirmou que o calendário de reabertura de outras atividades em Goiânia está, por ora, suspenso, em decorrência da baixa taxa de isolamento social e taxa alta de ocupação das vagas hospitalares.
Conforme reportagem do portal, de terça-feira (16), 100% dos leitos estavam ocupados. Nesta quarta-feira, porém, dos 485 totais (incluídos para Covid-19 e outras necessidades), 43 estavam liberados no momento da consulta (por volta das 16h15). Os número, vale destacar, são dinâmicos.
Para Baiocchi, a oferta de leitos não pode ser justificativa, pois a prefeitura teve 90 dias para aumentar o número de vagas. “Então, não justifica penalizar o comércio.”
Empregos
Por fim, Marcelo Baiocchi lembrou que, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Goiás registra saldo de aproximadamente 12 mil desempregados de janeiro a abril deste ano. “São 21 mil admissões e 34 mil demissões, sendo 22 mil só em abril.”
Para ele, em maio, o número de desempregados pode ser de 15 mil e de junho, 20 mil. De acordo com ele, com esse retorno pode não ser possível uma reversão, mas, pelo menos, deve garantir a manutenção de quem ainda está no emprego.
AER44
O Mais Goiás também procurou o presidente da Associação Empresarial da Região da 44 (AER 44), Jairo Gomes, para comentar a sinalização de abertura do comércio. De acordo com ele, a categoria recebeu com alegria a sinalização do prefeito Iris.
Questionado se há medo por um novo recuo, ele afirma que a classe está dando esse voto de confiança ao prefeito . “Até porque, a Câmara se posicionou e ele não dá mais conta de segurar.” Além disso, por ter partido do gestor, o sindicalista se sente mais seguro. “Ao longo dos seus 60 anos de vida pública, o que ele tem é palavra.”
Jairo destaca, ainda, que já nesta quinta-feira (18) a categoria promove uma lavagem da região – serviço que seria da gestão pública – para preparar o local. “Estamos preparados para abrir na terça. Na semana que vem começamos a juntar os cacos.”
Mesmo com essa afirmativa, o presidente da AER44 faz questão de dizer que o segmento é diferente: “Em épocas de crise, sempre crescemos. Não é perspectiva, é fato. Quero entender que nos recuperaremos mais rápido.”