Inquérito

Foragido de Goiás que morava em morro do RJ planejava atacar Rotam

“Mano, eu “tô” doido é pra dar um arque em uma barca dessa da Rotam", afirmou o foragido da Justiça em áudio descoberto

Além de ser suspeito de comandar, da cidade do Rio de Janeiro, o tráfico de drogas e de encomendar pelo menos 11 assassinatos em Goiânia, Douglas Alves Machado, de 32 anos, também planejava atacar uma equipe da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana (Rotam), unidade de elite da Polícia Militar de Goiás. A descoberta foi feita pela Polícia Civil após a obtenção de um áudio, que estava em um aplicativo de mensagens no celular de um dos comparsas de Douglas.

Na gravação, que tem menos de um minuto, o foragido afirma que vai planejar o ataque, e diz que depois daria suporte para os atiradores se mudarem para a comunidade onde ele vivia, desde agosto do ano passado, no Rio de Janeiro. A descoberta do áudio fez com que a Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH) antecipasse a ação que na terça-feira culminou com as prisões de 22 pessoas que seriam integrantes da quadrilha comandada por Douglas.

“Mano, eu “tô” doido é pra dar um arque em uma barca dessa da Rotam. Vou planejar pra gente arrumar uns quatro moleques, “por” eles de tocaia, pra arrebentar uma barca dessa, e depois vir pra cá, que aqui a gente tem condições de dar suporte pra eles”, afirmou o foragido.

Quando preso no último dia 31 de março em uma praia no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro, Douglas estava desarmado. Segundo a DIH, ele fugiu para a capital carioca em agosto do ano passado, e passou a morar na Favela da Rocinha, de onde, pelo telefone, continuava ordenando o cometimento de crimes em Goiânia.

“Para evitar que esse atentado contra essa unidade especializada da PM fosse colocado em prática, nós antecipamos nossa ação, que culminou, ontem, com a prisão de 22 pessoas que fazem parte da quadrilha do Douglas, que é extremamente perigoso, e diretamente ligado a uma facção criminosa carioca”, destacou o delegado Vinicius Teles, adjunto da DIH, e responsável pelas investigações.

Outros áudios apreendidos em celulares de investigados que foram presos também ajudaram a DIH comprovar, e esclarecer alguns assassinatos. Até agora, a polícia já tem provas concretas de cinco homicídios que teriam sido praticados a mando de Douglas, todos entre julho, e novembro do ano passado, e mantém as investigações para a apuração de pelo menos mais seis assassinatos, também atribuídos à ele.