Foragido há 10 anos, suspeito de matar ex-namorada em Goiânia é encontrado no RN
Em entrevista exclusiva ao Mais Goiás, irmã de vítima de feminicídio diz que assassino planejou crime com crueldade; Ariane tinha 29 anos quando foi assassinada
Suspeito de matar a ex-namorada a facadas, Antônio de Oliveira, de 49 anos, estava foragido há dez anos. Ele foi encontrado usando um nome falso na cidade de Goianinha, a 229 km de Natal-RN. A prisão foi feita em parceria entre a Polícia Civil de Goiás e a Polícia Militar do estado.
Após ter a prisão preventiva decretada, Flávio fugiu para Ponta Porã-MS, e adotou uma identidade falsa. Antes de morar em Goianinha, ele ainda morou em Recife (PE). A prisão foi em junho, mas só foi transferido para Goiânia recentemente.
A investigação do paradeiro de Flávio, realizada pelo delegado de polícia Ernane de Oliveira Cazer em conjunto com os agentes Wilson Costa Neto e Euler Ferreira de Cerqueira, foi realizada ao longo de um ano.
Ariane Irene Lemes Vieira tinha 29 anos e era cabeleireira e esteticista. Ela foi assassinada com três facadas no dia 19 de outubro de 2008 dentro do quarto dela, na Vila Canaã, em Goiânia. Flávio, de acordo com a família, foi visto saindo da residência instantes depois do crime.
“Bruto e agressivo”
De acordo com a irmã da vítima, Arihellen Aurora Lemes Vieira, Flávio planejou e executou o crime com crueldade. Em entrevista exclusiva ao Mais Goiás, ela conta que o crime foi cometido quatro meses depois do término do relacionamento e que o namoro dele com a irmã era marcado pela violência.
Arihellen conta que o relacionamento entre a vítima e o suspeito era bastante conturbado. “Era muito estranho. Eles ficaram juntos por cinco anos e nunca tivemos contato com a família dele. Conhecemos só a mãe e um irmão. Ele sempre tinha mistério”.
Ela ainda descreve o ex-namorado da irmã como “bruto e agressivo” e diz que Ariane foi vítima de agressões físicas durante o relacionamento. “Ela sempre tentou terminar mas não conseguia porque ele ‘marcava em cima’. Ele bateu nela várias vezes. Até chegamos a registrar a ocorrência mas não deu em nada. Até que ela decidiu terminar”.
E explica que, passados quatro meses do término, ele planejou o homicídio. A vítima, Ariane, estaria no quarto se preparando para tomar banho quando Antônio entrou na casa.
“Nós morávamos em um sobrado, ela embaixo e eu em cima”, relembra a irmã. “Eu tinha acabado de sair da casa dela. De repente escutei um pedido de socorro. Ela gritou o meu nome e me falava ‘vem aqui’. Quando cheguei ela estava caída com três facadas, sussurrando o nome do assassino. Eu fiquei sem chão. Não sabia o que fazer”.
Depois de encontrá-la ferida, Arihellen relembra que ligou para a emergência, mas foi avisada que a ambulância demoraria chegar por causa da troca de turno. Com a ajuda de um vizinho, ela colocou a irmã dentro do carro e foi ao Cais do Bairro Goyá e, em seguida, para o Hugo. Lá Ariane teve três paradas cardíacas e morreu dentro do centro cirúrgico.