Criminalidade

Foragido que teria mandado matar 11 rivais em Goiânia é preso em praia do RJ

Além de Douglas, outros 22 suspeitos de pertencer à organização criminosa que traficava drogas e executava rivais foram presos

Foragido da justiça de Goiás desde agosto do ano passado, Douglas Alves Machado, de 32, anos, o “cara de cavalo”, foi preso pela Polícia Civil carioca, enquanto se divertia no domingo de Páscoa (31/3), na praia de São Conrado, no Rio de Janeiro. Investigações apontam que mesmo morando em uma comunidade carioca, o foragido continuava comandando o tráfico de drogas em Goiânia, e teria determinado as execuções de 11 desafetos.

Coordenada pela Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), a operação que culminou com a localização e prisão de Douglas Alves contou com a participação de integrantes das forças de segurança de Goiás, e do Rio de Janeiro. Além dele, outros 22 suspeitos de pertencer à organização criminosa que traficava drogas e executava rivais foram presos nesta terça-feira (09/4), na região metropolitana de Goiânia.

Durante a ação desencadeada ontem, os policiais também cumpriram, além das prisões, mandados de busca e apreensão, ocasião em que foram localizados celulares e documentos que, acredita-se, devem confirmar a prática de vários homicídios, além de uma arma de fogo, munições, drogas, veículos, e R$ 87.810,00, em espécie.

De acordo com o delegado Vinicius Teles, adjunto da DIH, além de vender drogas em bairros da região central, e centro-oeste de Goiânia, o grupo criminoso teria matado pelo menos 11 pessoas a mando de Douglas. Cinco destes assassinatos, afirmou, já tiveram a confirmação de que foram praticados a mando de Douglas. Outros seis ainda estão na fase da conclusão de provas.

“Sempre com o mesmo modus operandi, dois homens em uma moto param perto do alvo, o carona desce, e executa as vítimas. Alguns dos crimes, como o ocorrido em julho passado no Setor Perim, e que vitimou um casal, foram registrados por câmeras de segurança, e mostraram a mesma moto ocupada pelos pistoleiros”, descreveu Teles.

Os assassinatos já esclarecidos pela DIH aconteceram em julho, no Setor Perim, em outubro no Setor Campinas, e em novembro, sendo um no Setor São José, no dia 16, e outro no dia 24, no Bairro Estrela Dalva. No caso do Setor Perim, o atirador, que segundo as investigações agiu a mando de Douglas, matou um homem, e a namorada dele, que estavam dentro de um carro, esperando o semáforo abrir.

Buscas
Os 22 suspeitos que foram presos na terça-feira, segundo o adjunto da DIH, tem diferentes funções na quadrilha comandada por “cara de cavalo”. Outros quatro investigados, que exercem forte liderança na organização criminosa, também tiveram suas prisões decretadas, mas seguem foragidos.

Um dos suspeitos que está sendo procurado é Augusto Henrique Santana Sousa, que seria o responsável por três assassinatos. Também não foram localizados ainda Hernane Luiz Frutuoso, que seria o responsável por guardar armas e drogas da quadrilha, além de Selma Campos Santana, e Victor Huggo Dias dos Santos, que, apontam as investigações, atuavam na distribuição de drogas na capital.

Batizado em uma facção criminosa carioca, Douglas, ainda conforme o relato do delegado responsável pelas investigações, estava morando na Rocinha, de onde, pelo telefone, continuava atuando fortemente no tráfico, e em assassinatos em Goiânia. A expectativa é que ele, que já cumpriu condenação por tráfico, e homicídio, e tinha dois mandados de prisão em aberto, também por assassinatos, seja recambiado para Goiás na próxima semana.